Rede Europeia Anti-Pobreza diz que resposta do Governo “não é a ideal”

Agência Lusa , PF
6 set 2022, 00:26
António Costa na apresentação das medidas do pacote anti-inflação (LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS)

"Nós somos um país pobre e temos de nos saber gerir com as nossas limitações”, adiantou o presidente da EAPN Portugal, padre Jardim Moreira

A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal disse esta segunda-feira que as medidas de apoio para aliviar as consequências da inflação, apresentadas pelo Governo, “não são a resposta ideal”, mas salientou que “foi importante” que o Executivo “tenha assumido as suas funções”.

“Imagino e sinto que esta não é resposta ideal. Nós somos um país pobre e temos de nos saber gerir com as nossas limitações”, adiantou à Lusa o presidente da EAPN Portugal, padre Jardim Moreira.

De acordo o padre Jardim Moreira, “pela primeira vez” o Governo olhou para as famílias portuguesas.

“(…) É na família que se partilha os problemas e onde todos partilham os seus bens e as suas fraquezas. (…) Há um olhar novo para a classe média e para o conjunto da família”, indicou.

Para Jardim Moreira, era fundamental “tomar medidas estruturais a partir da implementação da estratégia nacional contra a pobreza”.

“Apesar de não ser ideal e não ser uma resposta choruda – uma resposta muito generosa – (…), penso que é a primeira intervenção [do Governo] e espero que a avaliação desta medida possa ser corrigida naquilo que for de corrigir (…)” para que haja um “equilíbrio da sociedade portuguesa”, salientou.

“É preciso que seja uma resposta estrutural nacional organizada para com os mais pobres, os mais debitados, porque senão andamos sempre com pensos rápidos, não conseguimos transformar a vida das pessoas, a questão social e a pobreza em Portugal”, acrescentou.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou esta segunda-feira as medidas excecionais de apoio às famílias para mitigar os efeitos da inflação, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

Esse pacote de medidas inclui, entre outros, um pagamento extraordinário de 125 euros a cada cidadão não pensionista com rendimento até 2.700 euros brutos mensais e a atribuição de 50 euros a todas as famílias por cada descendente até aos 24 anos que tenham a seu cargo.

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