Tinha oito dias de vida, morreu: o que já se sabe, o que não se sabe, o que está a ser feito e o que foi dito sobre o caso

28 jan 2022, 20:21

Uma criança de oito dias morreu esta quinta-feira em Portalegre no mesmo dia em que a viatura médica de emergência (VMER) do hospital da cidade esteve inoperacional durante cerca de sete horas, uma vez que, de acordo com fonte da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), não havia nenhum médico para colocar a viatura operacional

Os Bombeiros Voluntários de Portalegre foram chamados para acorrer ao caso às 09:33 para dar assistência a um bebé com dificuldades respiratórias na localidade de Alagoa. Sem a presença da VMER, os socorristas, que foram chamados pelo pai, tiveram tiveram de prestar auxílio à criança através da realização de manobras de suporte básico de vida, procedimento que se costuma fazer até à chegada de ajuda especializada e que se faz através de compressões torácicas e ventilações, para fazer o sangue circular e dar oxigénio aos pulmões. O problema é que a tal ajuda especializada acabou por nunca chegar e o óbito foi declarado no local.

O ULSNA garantiu que "foram feitos todos os esforços para colmatar a situação" e a diretora clínica, que falou numa situação que "raramente" acontece, defendeu-se com o "período pandémico" em que "os médicos têm várias solicitações, e, por isso, pontualmente houve a falha neste período".

Entretanto, e cerca de um dia depois do caso, na sequência das notícias que foram sendo publicadas, o hospital decidiu abrir um inquérito para apurar as responsabilidades, remetendo uma tomada de posição para mais tarde. Já depois disso, a Ordem dos Médicos defendeu que a "alegada falha" no socorro deve ser "rapidamente investigada e esclarecida", numa situação que classifica como "muito grave". “A morte deste bebé tem de ser investigada até às últimas consequências para que todas as possíveis falhas sejam rapidamente corrigidas e a confiança da população na resposta de emergência seja restabelecida”, disse o bastonário da OM, Miguel Guimarães, em comunicado.

Já durante a tarde desta sexta-feira, o Ministério Público anunciou a abertura de um inquérito à morte do recém-nascido. A CNN Portugal contactou fonte oficial do INEM para uma explicação sobre este caso, mas ainda não obteve resposta.

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