"Vou cuidar dela como se fosse minha". Bebé resgatada dos escombros já tem nome e uma recém-mãe que a amamenta

10 fev 2023, 09:22

Aya está internada no hospital para onde foi levada assim que foi resgatada e, apesar de ali ter chegado em estado grave, está bem de saúde

Aya. Assim se chama a bebé que nasceu no meio dos escombros deixados pelo sismo de 7,8 no sudeste da Turquia na segunda-feira. A menina foi resgatada entre as ruínas de um prédio em Jindires, uma cidade no noroeste da Síria fortemente atingida pelo grande terramoto, ainda com o cordão umbilical que a ligava à mãe, que não sobreviveu à tragédia.

O nome, escolhido no hospital, siginifica milagre em árabe.

A bebé está internada no hospital para onde foi levada assim que foi resgatada e, apesar de ali ter chegado em estado grave, está bem de saúde.

"Chegou na segunda-feira em tão mau estado, tinha arranhões, nódoas negras, tinha frio e mal respirava", revelou o pediatra Hani Marouf, responsável pelo caso de Aya.

O caso da menina comoveu milhares de pessoas, depois das imagens de um homem a correr com Aya nas mão, coberta de pó, por entre os destroços terem corrido o mundo. Nas redes sociais, os pedidos por informações sobre como adotar a criança multiplicam-se e, segundo a BBC, milhares de pessoas ofereceram-se para adotar a recém-nascida que perdeu os pais e os quatro irmãos no terramoto.

"Estou pronto para tomar conta e para adotar esta criança, se os procedimentos legais me deixarem", escreveu um pivô da Kuwaiti TV nas redes sociais, citado pela BBC.

No entanto, o diretor do hospital, Khalid Attiah, diz que apesar de ter recebido dezenas de chamadas de volundários para adotar Aya, não o vai autorizar "até que a família distante regresse". 

"Não vou autorizar que ninguém a adote neste momento. Até que a família distante regresse, vou cuidar dela como se fosse minha", afirmou Attiah, que tem uma filha de quatro meses e cuja mulher vai amamentar Aya. 

Aya foi resgatada com vida nos escombros na Síria (AP)

O número de mortos no sismo que atingiu o sudeste da Turquia e a vizinha Síria na segunda-feira aumentou para mais de 21 mil, de acordo com um novo balanço provisório divulgado esta sexta-feira.

Na Turquia, o mais recente balanço regista mais de 17.674 mortos, de acordo com os números divulgados pela agência turca de emergência e desastres.

Já na Síria foram, até agora, registadas mais de 3.377 mortes, a maior parte nas áreas controladas pelos rebeldes, de acordo com a Reuters.

O mau tempo está a dificultar as operações de resgate e torna ainda mais difícil a situação de alguns dos sobreviventes, que sofrem com o frio e têm de recorrer a lareiras improvisadas. 

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