Parecem bebés reais, mas são pouco mais que nenucos: bonecos que causam polémica no Brasil já chegaram a Portugal

16 mai, 15:59

 

 

A ciência mostra que o uso destes bonecos está associado a benefícios terapêuticos, nomeadamente em idosos com demência, por exemplo. Mas também há riscos

Parecem bebés reais, mas são bonecos. Os bebés reborn estão a conquistar internautas nas redes sociais, sobretudo mulheres adultas. São feitos ao pormenor, pintados à mão, com cabelo e pestanas. São tão reais que têm direito a um parto e há até quem os leve às urgências pediátricas.

“Eu acho que prefiro ter um bebé destes do que um bebé de verdade”, diz uma criadora de conteúdos que coleciona estes bebés, numa publicação nas redes sociais.

A ciência mostra que o uso destes bonecos está associado a benefícios terapêuticos, nomeadamente em idosos com demência, por exemplo. Mas também há riscos.

"A utilização deste tipo de bonecos está intimamente ligada a questões de infertilidade, perdas gestacionais, processos de luto. E, portanto, até que ponto é que as pessoas não podem estar a mascarar e a esconder sentimentos e dores extremamente profundas?", questiona a psicóloga Adriana Alves.

O problema não está em colecionar estes bonecos, ressalva a psicóloga. "O uso em si não é patológico. Aquilo que define a saúde e a doença é o contexto, a intensidade, a interferência que isto possa ter na vida real da pessoa. Naturalmente, o uso não deve ser prolongado”, aconselha Adriana Alves.

Foram estas preocupações relacionadas com a saúde mental que levaram as autoridades brasileiras a lançar um projeto de lei que prevê multas a quem se dirigir a um hospital com um destes bonecos.

A TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) contactou vários hospitais de norte a sul do país para perguntar se por acaso nas urgências hospitalares pediátricas já teria passado alguém a pedir atendimento para um bebé reborn. Todos nos responderam que não, mas que os pediatras estão a par deste fenómeno.

Cada um destes bonecos custa cerca de 2.000 euros. Quem os usa, intitula-se colecionador e diz que se trata apenas de uma brincadeira. “Ninguém tem de aceitar nada, só tem de respeitar", responde uma criadora de conteúdos, num vídeo publicado nas redes sociais.

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