Dickson Ndiema não resistiu aos ferimentos sofridos durante o ataque à companheira
O homem acusado de matar a atleta olímpica do Uganda Rebecca Cheptegei morreu esta terça-feira num hospital do Quénia, avança a imprensa queniana.
Dickson Ndiema não resistiu aos ferimentos obtidos na sequência do ataque que lançou à desportista, morta depois de o homem lhe ter lançado fogo.
Os jornais quenianos Kenya Star e Nation avançam que o suspeito estava internado nos cuidados intensivos desde o dia do ataque, uma vez que ficou com ferimentos graves na sequência do mesmo.
Dickson Ndiema sofreu queimaduras em cerca de 30% do corpo, enquanto a atleta ugandesa sofreu queimaduras em 80% do corpo depois de lhe ter sido lançado fogo pelo companheiro.
O homem terá comprado uma lata de gasóleo, que posteriormente utilizou para lançar fogo à atleta e companheira durante uma discussão entre ambos.
Rebecca Cheptegei tinha estado a competir nos Jogos Olímpicos de Paris, onde terminou a maratona no 44.º lugar.
De acordo com um relatório da polícia consultado pela AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade de Rebecca Cheptegei, enquanto esta se encontrava na igreja com os filhos.
A maratonista vivia com a irmã e dois filhos na casa que tinha construído em Endebess, cidade onde treinava, a 25 quilómetros da fronteira com o Uganda, disse na terça-feira o pai Joseph Cheptegei.
Quando regressavam da igreja, Dickson Ndiema Marangach encharcou-a com gasolina e pegou-lhe fogo à frente das filhas, duas meninas de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard.
O relatório da polícia descreveu Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como “um casal que tinha constantes disputas familiares”.
Nos últimos anos, várias tragédias enlutaram o mundo do atletismo queniano.
Em abril de 2022, o corpo de uma atleta do Bahrein de origem queniana, Damaris Mutua, foi encontrado em Iten, famoso local de treinos para corridas de longa distância nos planaltos do vale do Rift. O companheiro é suspeito do crime.
Em outubro de 2021, a promissora atleta de 25 anos Agnes Tirop, dupla medalha de bronze mundial nos 10 mil metros (2017, 2019) e 4.ª nos Jogos Olímpicos de Tóquio nos cinco mil metros, foi encontrada esfaqueada em casa, em Iten.
O marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, está a ser julgado por homicídio, negando as acusações.