Depois da morte da rainha Isabel II, a monarca dinamarquesa decidiu adiar as celebrações para assinalar o jubileu
A rainha Margarida da Dinamarca, com 82 anos, tornou-se na monarca há mais tempo no trono depois da morte de Isabel II, esta quinta-feira, aos 96 anos.
A monarca dinamarquesa homenageou Isabel II como uma "figura imponente entre os monarcas europeus e uma grande inspiração para todos” e afirmou que “a sua falta será terrivelmente sentida”.
Segundo a Associated Press, que cita o Palácio Nacional da Dinamarca, como sinal de respeito pela morte da rainha Isabel II, Margarida decidiu adiar as celebrações para assinalar o jubileu que marca os seus 50 anos no trono.
A porta-voz do palácio, Lene Balleby, afirmou que estas alterações foram feitas "a pedido da rainha".
Também as bandeiras do palácio real, em Copenhaga, foram colocadas a meia haste esta sexta-feira. Já os eventos programados para sábado, a aparição de Margarida na varanda do Palácio de Amalienborg para cumprimentar o público, assim como um passeio pela capital numa carruagem puxada por cavalos, foram cancelados.
Já o almoço na Câmara de Copenhaga foi adiado, enquanto eventos como uma apresentação no Old Stage do Royal Theatre, um serviço religioso e um banquete de domingo à noite serão reduzidos.
"A força da Dinamarca"
A rainha Margarida nasceu a 16 de abril de 1940 e é a filha mais velha dos reis Frederik IX e da rainha Ingrid, numa altura em que as mulheres não podiam subir ao trono. No entanto, o ato de sucessão de 27 de março de 1953 acabaria por dar às mulheres a possibilidade de ascender ao trono, o que acabaria por tornar Margarida na primeira monarca dinamarquesa a subir ao trono sob essa lei. Assim, depois do pai ter morrido por doença, Margarida foi proclamada rainha em 15 de janeiro de 1972, apenas um dia depois da morte do rei.
Antes de subir ao trono, a 10 de junho de 1967, Margarida, então princesa da Suécia, casou com o conde de Laborde de Monpezat, Henri Marie Jean André, que com o casamento se tornaria em príncipe Henrik da Dinamarca. No entanto, com a subida ao trono, Henrik manteve o título e não foi coroado rei consorte, para sua insatisfação.
O casal viria a ser pai dos príncipes Frederik e do príncipe Joachim.
Em 2018, o príncipe Henrik morreu no castelo de Fredensborg, enquanto dormia, depois de vários problemas de saúde. Perante a sua insatisfação por não ser rei consorte, em 2017, Henrik recusou ser enterrado ao lado da rainha, naquele que foi um romper de uma tradição com 459 anos.
A rainha manteve-se no poder, apoiada pelo príncipe herdeiro e pela mulher deste, a princesa Mary, regendo-se pelo lema que se pode ler no seu perfil: "A ajuda de Deus, o amor do Povo, a força da Dinamarca".
"Ficarei no trono até cair", costuma dizer, de acordo com a France 24.
Este ano assinalam-se os seus 50 anos no trono, naquele que será o Jubileu do Governo e que deveria ser celebrado com toda a pompa e circunstância este fim de semana, depois das celebrações terem sido adiadas por causa da pandemia.