«Se nos for atribuído o título, será uma vitória que sabe a pouco»

3 mai 2020, 14:35
Râguebi (Action Images / David Field)

Belenenses, líder do grupo de campeão nacional de râguebi, acata fim do campeonato. Clubes divergem nas posições sobre conclusão da prova

O Belenenses, líder do grupo de apuramento de campeão nacional português de râguebi, vai aceitar «qualquer decisão» da Federação (FPR) em relação ao título e acatou o fim antecipado da prova.

O presidente da secção do clube, André da Cunha, lamentou o desfecho comunicado aos clubes, depois de o Governo ter deixado o râguebi fora dos planos de retoma da atividade desportiva, devido à pandemia da covid-19. Contudo, deixa nas mãos da FPB atribuir, ou não, o título de campeão.

«Aceitaremos o que for decidido. Queríamos ganhar em campo, mas não sendo possível, cabe à FPR decidir. Se nos for atribuído o título, até será uma vitória que sabe a pouco», afirmou o dirigente, à agência Lusa.

A quatro jornadas do final, o Belenenses liderava o grupo de acesso às meias-finais, com mais nove pontos que o Técnico.

O Técnico apelou à FPR para elaborar um plano de contingência que ainda permitisse retomar a competição nos moldes aprovados e sugeridos ao organismo, a 24 de abril, numa carta assinada pelos presidentes de oito dos 12 clubes da Divisão de Honra, incluindo todos os envolvidos no grupo do título.

À Lusa, Técnico, CDUL e Cascais mostraram-se a favor de concluir o campeonato, enquanto Belenenses, Agronomia e Direito aceitam o fim da competição.

«A carta enviada à FPR, a 24 de abril, era uma proposta para terminar o campeonato apenas caso as entidades superiores considerassem haver condições de saúde pública para isso. A partir do momento em que o Governo e a Direção-Geral da Saúde decidiram que não há condições, a decisão é para acatar», esclareceram os presidentes de Agronomia, António Sevinate Pinto, bem como o do Direito, Luís Lança de Morais.

«O râguebi não foi incluído [pelo executivo] apenas porque não apresentou para discussão o seu plano de retoma, contra a vontade dos clubes», afirma o presidente do Técnico, Pedro Lucas. Já o dirigente do CDUL, Joaquim Meirelles, justificou a posição com uma «estrutura semiprofissional custosa» e com o facto de «nunca ter sido dito que não haveria competição». Pelos cascalenses, José Maria Vilar Gomes notou que «os campeonatos devem decidir-se jogando».

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