Piloto do helicóptero que caiu no Douro desviou-se de ave antes de embater no rio a 185km/h

3 set, 18:13
Helicóptero retirado das águas do rio Douro (LUSA)

Informações preliminares revelam que o piloto teve de se desviar de uma ave que seguia na mesma altitude e na mesma trajetória do helicóptero, mas que retomou a rota logo de seguida, tendo caído ao rio logo depois, sem que se saiba ainda porquê

O piloto do helicóptero que caiu em Peso da Régua, no Rio Douro, fez um desvio a uma ave, retomou a rota, mas acabou por colidir com a superfície da água a 185km/h, "por motivos a determinar", revela uma nota preliminar às circunstâncias da queda do helicóptero no rio Douro.

De acordo com as informações recolhidas até ao momento, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), começa por referir que, pelas 11:20, a equipa que seguia a bordo - o piloto e cinco elementos da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR - seguiram para uma missão de combate a um incêndio na zona de Baião, no distrito de Porto.

Pelas 11:30, já depois de uma avaliação do cenário pelo chefe de equipa da UEPS, que também seguia a bordo, "foi decidido o regresso da aeronave à sua base por não se justificar o emprego dos meios num incêndio com o perímetro já circunscrito", refere-se na nota.

No trajeto de regresso à base de Armamar, o helicóptero iniciou uma "descida constante" na margem esquerda do rio Douro, durante a qual o piloto diz ter "observado uma ave de médio porte à mesma altitude" e na mesma trajetória da aeronave, "que o obrigou a executar um desvio à direita, retomando a rota logo de seguida."

"Dos dados recolhidos até ao momento, não foi possível determinar de forma independente o ponto de execução dessa manobra", ressalva-se na nota.

Segundo as informações apuradas, pelas 11:32, "a aeronave colidiu com a superfície da água com uma velocidade em torno dos 100 nós (185 km/h), por motivos a determinar".

"No processo de dissipação de energia ocorrido durante a colisão, o piloto, sentado à direita, e o ocupante da cadeira esquerda do cockpit foram projetados para fora da aeronave", acrescenta-se.

Como resultado da "violenta colisão com a água", o helicóptero "sofreu uma deformação da cabine incompatível com a sobrevivência dos seus ocupantes", revela a nota, que acrescenta que "a integridade estrutural ficou comprometida, libertando parte dos elementos de revestimento em material compósito".

Até ao momento, as autoridades ainda não conseguiram localizar componentes do painel de instrumentos do helicóptero.

Na nota do GPIAAF, destaca-se que "o piloto estava devidamente autorizado e certificado para realizar o voo" e que a "aeronave estava autorizada a voar de acordo com os regulamentos em vigor". Da mesma forma, ao que tudo indica, o motor do helicóptero "estava a produzir potência no momento da colisão", e a meteorologia "estava propícia à realização do voo".

O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS).

A equipa helitransportada regressava ao Centro de Meios Aéreos (CMA) de Armamar, onde estava sediada, vindos de um fogo no concelho de Baião.

O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.

Ainda na sexta-feira foram localizados os corpos de quatro militares da GNR. O quinto foi localizado no sábado à tarde, depois de intensas buscas no local.

 As causas do acidente ainda não são conhecidas.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.

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