Famoso quadro de Mondrian vai a leilão e deverá arrecadar cerca de 50 milhões de euros

CNN , Por Amarachi Orie
10 out 2022, 09:25
‘Composição Nº II’ é uma das três únicas obras do artista a apresentar o quadrado vermelho dominante no canto superior direito. (Imagem Sotheby's)

Os quadros compostos por grelhas negras e cores vivas com assinatura de Piet Mondrian estão entre as imagens mais marcantes da arte abstrata. Segundo a leiloeira Sotheby's, uma destas obras está agora à venda e espera-se que consiga arrecadar mais de 50 milhões de dólares (cerca de 48,5 milhões de euros).

A “Composição Nº II”, que apresenta os traços característicos artísticos de Mondrian, vai a leilão na Sotheby's no dia 14 de novembro.

A obra de arte, com quadrados azuis, vermelhos, brancos e amarelos, está a ser anunciada pela casa de leilões como “uma das obras mais significativas e valiosas do artista alguma vez oferecida no mercado”.

“As obras quintessenciais de Piet Mondrian raramente aparecem em leilão, uma vez que muitas estão alojadas nas mais prestigiadas coleções de museus espalhados pelo mundo”, disse Julian Dawes, chefe da Impressionist and Modern Art, Americas at Sotheby's, numa declaração feita na passada quinta-feira.

"A oportunidade de adquirir uma pintura desta qualidade é um acontecimento verdadeiramente único”, acrescentou a responsável.

Criado em 1930, o quadro foi leiloado pela última vez em 1983. É um dos três únicos a apresentar o quadrado vermelho dominante no canto superior direito, segundo Sotherby's. As outras duas obras de arte com esta característica são de menor dimensão e encontram-se em coleções de museus.

“A 'Composição Nº II' incorpora tudo o que se poderia querer de um Mondrian. É uma pintura seminal que é simultaneamente crucial para o desenvolvimento da arte moderna e emblemática do apelo duradouro da estética moderna. É caracterizada por um sereno senso de equilíbrio composicional e de ordem espacial, e com uma proveniência soberba”, disse Dawes.

"Composição Nº II" é uma das três únicas obras do artista a apresentar o quadrado vermelho dominante no canto superior direito. (Imagem Sotheby's)

"Um feito verdadeiramente singular na história da pintura”

Mondrian mudou-se para Paris no início de 1912 depois de ter ficado impressionado com o trabalho cubista inicial de Pablo Picasso e Georges Braque. Foi aí que começou a experimentar a abordagem abstracta e fragmentada da representação da realidade. Ao longo dos anos, foi utilizando cada vez mais linhas horizontais e verticais.

No ano em que a célebre composição foi produzida, o escultor americano Alexander Calder visitou o estúdio do artista em Paris e recordou que as paredes estavam “pintadas de branco e divididas por linhas pretas e rectângulos de cor brilhante, como as suas pinturas”, segundo o comunicado de imprensa.

“Há poucos artistas que fizeram uma reivindicação tão audaciosa na história da arte moderna como Piet Mondrian, cujo estilo de grelha de pintura abstrata é um feito verdadeiramente singular na história da pintura”, disse Oliver Barker, presidente da Sotheby's, Europa, no comunicado de imprensa.

“A obra ressoa com uma electricidade que reflete a energia da pintura na Europa nesta altura e permanece tão vital como quando foi pintada há quase 100 anos atrás”, acrescentou Oliver Barker.

O estilo geométrico incomparável de Mondrian e a sua abordagem moderna precederam a ascensão da arte abstrata nas décadas de 1940 e 1950.

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