Rússia diz que continua a preparar cimeira entre Putin e Trump, mesmo que nenhum dos dois queira "perder tempo"

22 out, 16:34
O Presidente russo Putin e o Presidente dos EUA, Donald Trump, posam para uma fotografia durante a cerimónia de boas-vindas antes da reunião sobre a guerra na Ucrânia na Base Conjunta Elmendorf-Richardson em Anchorage, Alasca, em 15 de agosto de 2025. Contributor/Getty Images

Segundo o Kremlin, "as datas ainda não foram determinadas" e é necessária uma "preparação cuidadosa", o que exigirá tempo. Mas garante que não existem "obstáculos significativos"

A Rússia confirmou esta quarta-feira que continua a preparar uma possível cimeira entre Vladimir Putin e Donald Trump, mesmo que não exista uma data para o encontro e mesmo que o presidente dos Estados Unidos tenha dito que não haverá num "futuro imediato". De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também Vladimir Putin quer evitar uma reunião que não produza resultados concretos, referindo-se à reação de Trump após o telefonema entre Rubio e Lavrov.  

Na semana anterior, Trump tinha referido, após uma conversa telefónica com Putin, a possibilidade de um encontro em Budapeste, no âmbito dos esforços diplomáticos para pôr fim à guerra na Ucrânia. No entanto, o presidente norte-americano afirmou na terça-feira que não quer participar numa reunião que se revele “uma perda de tempo”. 

Peskov reforçou que “as datas ainda não foram determinadas” e que é necessária uma “preparação cuidadosa”, o que exigirá tempo. O vice-ministro dos negócios estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, confirmou esta quarta-feira que os preparativos prosseguem, afirmando não existirem “obstáculos significativos”. Também o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, possível anfitrião da cimeira, manifestou a mesma posição.   

Trump, que tem repetidamente defendido a sua intenção de pôr fim à guerra na Ucrânia, ainda não conseguiu alcançar avanços concretos desde que assumiu o cargo. A sua aproximação à Rússia levou à cimeira com Putin no Alasca, em agosto. Atualmente, Moscovo controla cerca de 19% do território ucraniano. 

A Ucrânia e os aliados europeus apelam a um cessar-fogo imediato nas linhas da frente atuais antes de qualquer negociação de paz – uma posição que Trump declarou apoiar após o seu recente encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. 

No entanto, para o Kremlin, a sua posição permanece “inalterada e bem conhecida”, como sublinhou Sergei Lavrov, ministro russo dos Negócios Estrangeiros, na terça-feira.

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