Sindicato da PSP contesta ministro e diz que número de candidatos é “manifestamente irrisório”

Agência Lusa , AM
21 set 2022, 11:42
Polícia. Foto: AP

Em comunicado, ASPP/PSP pede a José Luís Carneiro "que trate estas matérias com a atenção, rigor, cuidado e dedicação que Portugal e os cidadãos merecem”

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) refutou esta quarta-feira as declarações do ministro da Administração Interna sobre a existência de “mais do dobro de candidatos” para a PSP, garantindo que o número é “manifestamente irrisório”.

Num comunicado enviado à Lusa, a maior organização laboral da PSP contesta as palavras de José Luís Carneiro na segunda-feira, quando destacou os 1.000 novos polícias que dentro de dias terminam o curso e os outros 1.000 que vão iniciar formação, salientando ainda a “atratividade das forças de segurança” para as cerca de 1.020 vagas a concurso.

“Assegura que existem 2.000 candidatos para preencher as 1.000 vagas necessárias. Ignora, desconhece ou omite que ainda se encontram por realizar a maioria das provas de admissão”, referiu a associação sindical, acrescentando: “O MAI [Ministério da Administração Interna] deveria também assumir que, após a alteração à portaria de admissão à PSP, com a alteração dos critérios de idade, o número de candidatos é manifestamente irrisório”.

Os requisitos de admissão de candidatos à PSP foram alterados através de uma portaria do MAI em maio deste ano, com a descida da idade mínima de candidatura de 19 para 18 anos e o alargamento da idade máxima dos 27 para os 30 anos. Outra das mudanças é a aceitação de candidaturas de quem ainda está a frequentar o 12.º ano de escolaridade, embora se mantenha a obrigatoriedade da sua conclusão até ao início do curso de formação da PSP.

“A ASPP/PSP apela ao cidadão e ministro José Luís Carneiro para que trate estas matérias com a atenção, rigor, cuidado e dedicação que Portugal e os cidadãos merecem”, pode ler-se na nota divulgada.

Por outro lado, a ASPP/PSP criticou também o governante pelas afirmações “falaciosas” sobre o efetivo policial no Aeroporto do Porto. José Luís Carneiro apontou “pouco rigor” à ASPP/PSP por denunciar que o número de efetivos é insuficiente e o sindicato da PSP desafiou o ministro e a comunicação social a visitarem “sem aviso prévio” o Aeroporto Sá Carneiro.

“O ministro da Administração Interna demonstra um total desconhecimento ou branqueia uma realidade que consideramos fantasiosa. A ASPP/PSP tem provas do que afirma, ao nível do efetivo na Divisão Segurança Aeroportuária e do estado da instituição em Portugal”, indicou a associação sindical, notando que “diariamente se retiram polícias às esquadras das cidades limítrofes” para reforçar a Divisão de Segurança Aeroportuária.

Em defesa de um conhecimento mais aprofundado sobre a “infeliz realidade” do setor, o sindicato da PSP defendeu também a realização de uma auditoria ao Centro Operacional do Norte (CONOR) ou ao registo de escalas dos respetivos serviços.

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