Factos primeiro: Rui Rio disse mesmo que queria cortar os apoios sociais?

CNN Portugal , MJC
26 dez 2021, 21:18
Rui Rio no Congresso do PSD. Foto: Estela Silva/Lusa

O bloquista José Soeiro criticou Rio por "dizer que o problema do emprego em Portugal é haver apoios sociais a mais". O presidente do PSD garante que nunca disse isso

Rui Rio, líder do PSD, publicou este domingo um comentário nas redes sociais no qual faz um desmentido ao artigo publicado por José Soeiro, do Bloco de Esquerda, no Expresso de sábado:

"Eu nunca disse que queria cortar apoios sociais, disse que os queria fiscalizar melhor. O deputado do BE deturpa no seu artigo no Expresso o que eu disse", escreveu Rio.

O que diz José Soeiro

No seu artigo, intitulado "Cortar apoios para criar emprego. Onde é que já ouvimos isto?", José Soeiro afirma: "As declarações de Rui Rio, que escolheu dizer que o problema do emprego em Portugal é haver apoios sociais a mais, o que justificaria as queixas dos patrões acerca da falta de mão de obra em determinados setores, são todo um programa. Pelo que afirmam, pelo que sugerem e pelo que ocultam".

Depois disso,  o sociólogo e deputado bloquista explica que "a proteção social em Portugal não é demais, é de menos", e dá dados relacionados com o subsídio de desemprego e com o Rendimento Social de Reinserção. "A ideia de que temos um sistema de proteção social faustoso, que dá às pessoas pequenas fortunas que lhes permitem viver acomodadas no apoio do Estado é falsa."

"A sugestão de Rui Rio serve para namorar os equívocos deliberados da extrema-direita. E aproxima-o do legado de Passos e da governação mais extremista que o país já teve", escreve Soeiro. 

O que disse Rui Rio

No discurso de encerramento do 39º Congresso do PSD, que se realizou nos dias 18 a 20 deste mês, Rui Rio disse:

"Não é aceitável um país com a sua classe média sufocada em impostos e em que o seu salário de referência pouco se distingue do mínimo em vigor. Assim como também não é racional manter apoios sociais a quem os usa para se furtar ao trabalho e, dessa forma, condicionar a própria expansão empresarial que, cada vez mais, se lamenta da falta de mão de obra disponível."

E continuou:

"Os apoios sociais são socialmente indispensáveis, mas apenas para quem deles verdadeiramente necessita, e não para quem os recebe indevidamente. Tem de haver uma fiscalização adequada para que possamos garantir, simultaneamente, justiça social e progresso económico.”

 

 

 

 

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