Regiões mais afetadas têm sido o Centro e o Norte do continente
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) apelou este sábado a todos cuidado especial com ignições nos próximos dias devido a previsões de condições meteorológicas favoráveis à propagação de incêndios.
Na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras (Lisboa), o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, revelou que foi acionado o estado de nível ‘laranja’ de prontidão dos meios nas regiões mais afetadas por incêndios já a partir deste sábado, estendendo-se a todo o país na segunda-feira, devido a previsões meteorológicas que preveem a diminuição da humidade relativa no ar e a existência de vento nos próximos dias.
Segundo André Fernandes, a meteorologia será “adversa para o perigo de incêndio rural”, com o aumento da temperatura, humidade relativa abaixo de 20% na generalidade do território continental com particular incidência na segunda e terça-feira, “e também com o vento a predominar do quadrante leste até 30km hora, sendo mais intenso nas terras altas”.
“Face a isto e face ao agravamento sinalizado do perigo de incêndio florestal, foi decidido, a partir deste sábado, fazer já o aumento do estado de alerta especial para o dispositivo integrado de combate a incêndios rurais”, afirmou, realçando que este estado de alerta implica o aumento do dispositivo envolvendo as diversas entidades que colaboram ou integram a Proteção Civil e o reforço de medidas de vigilância e fiscalização, além de um apelo a todos para que não assumam comportamentos de risco e tenham “à tolerância zero no uso do fogo”, reduzindo o número de ignições.
Estas determinações operacionais resultaram num aumento de 662 operacionais aos mais de 14 mil que já se encontram no terreno, explicou.
O responsável destacou que desde segunda-feira tem aumentado de dia para dia o número de ignições, que foram de 98 na sexta-feira, pelo que pediu o especial cuidado da população nos próximos dias.
“O número de ignições noturnas também tem vindo a subir. Por exemplo, na noite de hoje tivemos 38 ignições noturnas, pelo que mais uma vez aqui apelamos a todos a redução do número de ignições no seu global, mas também, em particular, noturnas”, acrescentou.
As zonas mais afetadas foram a região centro e, em particular, o noroeste da região norte, com as sub-regiões do Ave, do Cavado e do Tâmega e Sousa com maior expressão do número de ignições e de ignições noturnas.
No total, pelas 15:00 estavam a combater os 49 incêndios que lavravam em Portugal continental cerca de 2.170 operacionais, mais de 660 meios terrestres e 12 meios aéreos.
O fogo em Silvares, no concelho de Fundão e distrito de Castelo Branco, era o mais preocupante, mantendo no seu combate 653 operacionais, 212 viaturas e três meios aéreos.
Silvares, Aguiar da Beira e Pombal eram os mais preocupantes às 13:00
Oito incêndios estavam em curso pelas 13:00 no continente, sendo os mais significativos o de Silvares (Fundão), um Aguiar da Beira e outro em Pombal, segundo o balanço da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou, depois das 13:00, que nos oito incêndios em curso estavam cerca de mil operacionais e quase 300 meios terrestres, apoiados por 15 meios aéreos.
Pelas 15:00, o incêndio em Valverde, no concelho de Aguiar da Beira, distrito da Guarda, estava em resolução e era combatido por 133 bombeiros com a ajuda de 41 veículos e o de Redinha, em Pombal (Leiria), encontrava-se em fase de conclusão, ocupando ainda 119 operacionais, 34 veículos e um meio aéreo.
Em Silvares, o fogo era considerado o mais preocupante e causou ferimentos em três bombeiros, um deles foi assistido no local e dois com feridos ligeiros transportados para uma unidade hospitalar, “mas que não inspiraram cuidados de maior”.
O fogo era combatido depois das 13:00 ainda por mais de 650 operacionais e tinha naquele momento 90% do seu perímetro estabilizado.
Até então, segundo a ANEPC, tinha sido afetada uma área de cerca de 1.050 hectares, “mas este incêndio tem um potencial de 10.000 hectares”, indicou André Fernandes.
“Aqui vamos ter um dia longo de trabalho, cujas prioridades são, de facto, continuar as manobras de rescaldo e declarações do perímetro, até se conseguir dar o incêndio como totalmente estabilizado e, daí, passar à fase de dominado”, explicou.
Às 15:00 lavravam no continente 49 fogos, envolvendo no combate um total de 2.203 operacionais, 669 meios terrestres e 16 meios aéreos.