Professores alertam para "risco de fuga de informação" na prova de Matemática do 9.º ano

20 jun, 11:23
Matemática

O grupo cívico Missão Escola Pública diz que a “forma como está organizada as provas em formato digital” traz desigualdades porque não acautela, “de forma suficiente, o risco de comunicação entre alunos de escolas diferentes, nomeadamente através de redes sociais ou outros meios digitais”

O movimento cívico de professores Missão Escola Pública (MEP) alerta para o risco de desigualdades e “fuga de informação” na prova de Matemática do 9.º ano que se realiza esta sexta-feira.

“Esta prova pode realizar-se em dois turnos distintos: o turno 1, que inicia às 9:30, e o turno 2, que tem início às 12:00. No entanto, a legislação em vigor e os comunicados emitidos às escolas pelo Júri Nacional de Exames (JNE) não acautelam, de forma suficiente, o risco de comunicação entre alunos de escolas diferentes, nomeadamente através de redes sociais ou outros meios digitais. As orientações centram-se apenas na prevenção de contatos entre alunos da mesma escola, desconsiderando o contexto mais amplo da realidade digital e interligada em que vivemos”, sublinha o movimento, em comunicado.

O movimento sublinha ainda que “não estão a ser implementadas medidas específicas para salvaguardar o sigilo”, uma vez que “os alunos podem sair da escola por volta das 11:00, ficando com total liberdade para comunicar, presencialmente ou por via digital, antes de outros colegas – que realizam a prova no turno 2 – entrarem noutros estabelecimentos, habitualmente entre as 11:00 e as 11:30”.

A MEP diz que as desigualdades se agravam quando escolas diferentes estão a aplicar procedimentos diferentes. E dão exemplos: “Algumas convocam os alunos do segundo turno para as 11:00, outras para as 11:30; algumas recolhem os telemóveis logo à chegada, outras apenas dentro da sala de prova”. E questiona: “Que mecanismos existem para garantir que não foram feitas capturas de ecrã durante a prova?”.

“A logística associada à aplicação digital destas provas implica um esforço acrescido por parte das escolas e dos professores, que já se encontram em situação de sobrecarga. Ao mesmo tempo, a instabilidade criada por orientações vagas e variáveis gera ansiedade nos alunos, precisamente no momento em que se joga uma parte significativa da sua avaliação”, acrescenta.

A MEP termina o comunicado sublinhando que “está em causa o trabalho de milhares de profissionais, o percurso académico de milhares de alunos e a credibilidade de todo o sistema educativo”.

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