Fugitivo rejeitado pela prisão de Coimbra consegue finalmente entregar-se

19 abr 2022, 10:30
Prisão

Um preso evadido e declarado contumaz tentou entregar-se na cadeia de Coimbra na semana passada. Mas o diretor recusou acolhê-lo. Faltava um documento

O recluso em fuga que foi rejeitado pela prisão de Coimbra já voltou para trás das grades, noticia esta terça-feira o Jornal de Notícias. O caso remonta à semana passada, quando Luís Silva foi entregar-se ao estabelecimento prisional, após oito meses em fuga e ter sido declarado contumaz. Porém, a direção do estabelecimento recusou acolhê-lo, com o argumento de que o preso evadido não apresentou documento de identificação, nem fez referência à sua condição de fugitivo.

O homem foi obrigado a voltar a casa e denunciou o caso ao Tribunal de Execução de Penas de Lisboa, através do seu advogado. Ainda na semana passada, a juíza Ana Paula Conceição emitiu despacho a defender que, "ainda que indocumentado", a cadeia de Coimbra "deveria ter diligenciado junto das autoridades policiais pela identificação e detenção" do "condenado evadido e contumaz". Foi ordenada a emissão de mandados de detenção em nome de Luís Silva, que podia apresentar-se voluntariamente numa qualquer esquadra de polícia ou numa das muitas cadeias do país.

O preso em fuga não esperou que a polícia o fosse deter e, na tarde desta segunda-feira, entregou-se, mais uma vez, na prisão de Alcoentre, na Azambuja. Desta vez, apresentou-se acompanhado de um despacho do Tribunal de Execução de Penas de Lisboa e foi posto numa cela para cumprir três anos em falta de uma pena de nove.

Luís Silva foi condenado, em 2010, a quatro anos e dois meses de prisão por roubo, detenção de arma ilegal e ofensas à integridade física. Em 2015, foi condenado a uma segunda pena por tráfico de droga de cinco anos, e, em março desse ano, foi enviado para a prisão para cumprir um cúmulo jurídico de nove anos de cadeia.

Já tinham passado seis anos de prisão quando, após alguns conflitos com um guarda prisional, Luís Silva - que beneficiava de saídas precárias e regime aberto - foi informado que seria transferido para a prisão de Monsanto, em Idanha-a-Nova, de onde conseguiu fugir. "Estava revoltado, porque queriam estragar-me a vida". Os últimos meses foram passados a trabalhar nas obras em Espanha e em França. 

"Resolvi entregar-me porque quero estar com os meus dois filhos", justificou ao JN.

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