Príncipe Harry lamenta que a família real não lute com ele e como ele contra a pirataria de que foram alvo

25 jul 2024, 13:19

Harry está a lutar contra o News Group Newspapers de Rupert Murdoch (The Sun) e o Associated Newspapers (Daily Mail), naquilo que chama "uma situação de David contra Golias"

Pela primeira vez desde que o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que o príncipe Harry foi objeto de "extensa" pirataria telefónica por parte do Mirror Group Newspapers (MGN) entre 2006 e 2011, o duque de Sussex deu uma entrevista na qual falou sobre o processo e sobre a relação com a família.

“O facto de o juiz ter decidido a nosso favor foi obviamente muito importante. Mas para ele ir tão longe como foi... não se tratava apenas de pessoas individuais. Isto foi até ao topo. Foram advogados, foram altos executivos. E conseguir isso num julgamento é uma vitória monumental”, afirma em entrevista à ITV, que vai ser transmitida esta quinta-feira.

O príncipe considera que se sente “vingado” pela decisão do juiz, que decidiu que 15 artigos publicados sobre Harry pelo MGN utilizaram métodos ilegais de recolha de informação, como a pirataria de mensagens de correio de voz e o recurso a investigadores privados.

Para Harry, as ações do MGN causaram-lhe “paranoia, medo e desconfiança” e que a paranoia que viveu foi “a mesma” que a da mãe, a princesa Diana, algo que o “motiva” ainda mais nas suas batalhas legais contra os tabloides.

"Quando se é vingado, prova-se que não se estava a ser paranoico", afirma, acrescentando que, em relação à mãe, "há provas que sugerem que ela estava a ser vítima de pirataria informática nos meados dos anos 90, provavelmente uma das primeiras pessoas a ser vítima de pirataria informática e, ainda hoje, a imprensa, os tabloides gostam muito de a pintar como sendo paranoica. Mas ela não era paranoica, tinha toda a razão sobre o que lhe estava a acontecer. E não está cá hoje para descobrir a verdade.”

Apesar de nunca ter sido provado que a princesa Diana foi hackeada, o príncipe Harry sente que tem uma "missão" - ao contrário de William, que aceitou um acordo num processo semelhante - para combater este tipo de situações.

E vai mais longe, ao afirmar que a sua determinação em combater os tabloides foi uma "peça central" no afastamento da família.

"Tudo o que eu disser sobre a minha família acaba por resultar numa quantidade de abusos por parte da imprensa. Deixei bem claro que isto (ação judicial) é algo que tem de ser feito. Seria bom se o fizéssemos como uma família. Acredito que, do ponto de vista do serviço e quando se está num papel público, estas são as coisas que devemos fazer para o bem maior", acrescentando que a decisão da família real não se envolver em batalhas judiciais públicas "causou parte de uma fratura". 

Depois de ter vencido o primeiro processo, Harry está a lutar contra o News Group Newspapers de Rupert Murdoch (The Sun) e o Associated Newspapers (Daily Mail), naquilo que chama "uma situação de David contra Golias".

“Os Davids são os queixosos e o Golias é esta vasta empresa de media. Estou a tentar que seja feita justiça para todos.”

Os dois grupos de media negam veementemente a recolha ilegal de informação.

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