"Isto é um notável lembrete de quão insignificantes podem ser os membros reais": após o doc da Netflix, há quem peça que Harry e Meghan sejam banidos da coroação do rei

16 dez 2022, 13:47
Harry e Meghan (Netflix)

 

 

Reações à série dos duques de Sussex na Netflix não foram as mais favoráveis, com alguns correspondentes reais a falarem em "narrativa distorcida", "falta de provas" e "quebra de laços" com a família real

Os últimos três episódios do documentário dos duques de Sussex causaram muitas críticas no Reino Unido. O último volume do documentário que gravaram para a Netflix foi acompanhado de vários lives em diversos jornais, assim como no Twitter por jornalistas que acompanham o dia a dia da realeza britânica há vários anos.

E, no final, as opiniões agressivas não tardaram a surgir, apesar de também haver quem pedisse calma para analisar tudo o que foi dito - Harry acusou William de gritar com ele na "Sandrigham Summit" e o pai de mentir na mesma reunião em que foi discutido o afastamento dos duques do Sussex da família real. 

Nas capas dos jornais desta sexta-feira, a "Royal Rota" (Daily Express, Daily Mail, Daily Mirror, Evening Standard, The Telegraph, The Times, The Sun) optou por destacar o evento de canções de Natal organizado pela princesa Kate na Abadia de Westminster do que os duques de Sussex. Já o jornal Daily Star decidiu deixar "uma breve mensagem ao homem que odeia a ideia de se invadir a privacidade das pessoas": "Ontem, o homem mais privado do mundo invadiu a privacidade da sua família ao revelar como eles o trataram. Alegadamente", lê-se ainda na capa.

Capa do Daily Star desta sexta-feira

Uma das primeiras a pedir contenção nos comentários foi Victoria Arbiter, comentadora real australiana, que no Twitter afirmou que, "mais uma vez, muito foi deixado aberto à interpretação". "É fácil opinar e tomar partido, mas suspeito que houve gritos e palavras raivosas de todas as partes no Sandrigham Summit. As emoções estavam ao rubro. É possível que todos desejem poder retirar as coisas que disseram no calor do momento", escreveu a também autora do livro "Queen Elizabeth II for Pocket Giants".

E terá sido das poucas a ter uma postura tão apaziguadora. No documentário, o príncipe Harry chega a dizer que a certa altura do processo de se tentar afastar do seio da família real chegou a dizer ao pai que ele e Meghan "estavam dispostos a renunciar dos títulos de Sussex". A frase foi o suficiente para que vários jornais, como o The Sun, fizessem sondagens com o público em que questionavam se Harry e Meghan devem ou não ser obrigados a renunciar ou se o próprio rei lhes deve retirar o título. Os leitores do jornal britânico vão ainda mais longe e dizem mesmo que Harry e Meghan devem ser banidos da coroação do rei depois da "traição" que fizeram com as declarações no documentário da Netflix.

Robert Jobson, editor real do jornal London Evening Standard, vai ao encontro dos britânicos e, no Twitter, escreve que a oferta do príncipe Harry para abdicar do título de Sussex deve ser aceite pela monarquia. "Dada a aversão do príncipe Harry e da mulher pela nossa monarquia constitucional, certamente é hora de a Coroa aceitar a oferta. O título foi dado em antecipação ao serviço à Coroa e ao país", escreve Jobson.

Richard Palmer, editor real do Daily Express, por sua vez, vai mais longe e afirma que o documentário do casal é feito "sem provas" de que exista qualquer "contrato real" que beneficie a imprensa com a família real. "Como correspondente real há quase 19 anos, não vi nenhuma prova do contrato mítico que Harry e Meghan afirmam existir entre a imprensa e o palácio para favorecer uma parte da família em detrimento de outra", escreve num artigo de opinião depois da divulgação dos episódios. Já Leila Latif, jornalista do The Guardian, diz mesmo que o segundo volume da Netflix é "um notável lembrete de quão insignificantes podem ser os membros reais". 

Por sua vez, o editor geral do Daily Mail - publicação amplamente visada no documentário - escreve vários artigos sobre o segundo volume: Richard Kay diz que o "príncipe Harry fez o ataque mais partidário à Família Real desde Diana". "Quebrou todos os laços fraternais com William e a narrativa distorcida atingiu até a falecida rainha."

Outro dos artigos analisa ainda a cobertura americana sobre o documentário, dizendo que "os meios de comunicação social norte-americanos não se responsabilizam por Harry e Meghan". A Fox diz que estão no bom caminho para se tornarem "'os mais odiados reais de sempre", a NBC arrasa o casal por não assumir "nenhuma responsabilidade" pela divisão real e a CNN diz que o palácio tem de responder a alegações "muito sérias".

No entanto, quer o Palácio de Buckingham quer o Palácio de Kensington já fizeram saber que não vão comentar nenhuma das alegações feitas por Harry e Meghan no documentário e que os eventos oficiais vão continuar a ser cumpridos. Exemplo disso foi a presença de praticamente toda a família real, esta quinta-feira, no evento de Natal organizado pela princesa de Gales na Abadia de Westminster.

Família real na Abadia de Westminster esta quinta-feira (Associated Press)

 

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