Príncipe Carlos recebe mala com um milhão de euros do sheik do Qatar (mas não foi a primeira, nem a segunda)

27 jun 2022, 10:43

Segundo a Clarence House, residência oficial de Carlos, tratou-se de uma doação que "seguiu todos os procedimentos corretos"

O príncipe Carlos aceitou uma mala com um milhão de euros por parte do sheik do Qatar. De acordo com um comunicado da Clarence House, tratou-se de uma doação que "seguiu todos os procedimentos corretos".

"As doações de caridade recebidas por parte do sheik Hamad bin Jassim foram imediatamente transferidas para uma das obras de caridade do príncipe, que seguiu os meios legais apropriados e que garantiu que foram cumpridos todos os procedimentos corretos", lê-se no comunicado da residência oficial de Carlos.

Mas não terá sido a primeira nem a segunda vez. Segundo o Sunday Times, jornal que avançou com a notícia em primeira mão, o herdeiro do trono pode vir a ser novamente investigado por ter recebido, entre 2011 e 2015, não uma, mas três "malas" com um milhão de euros. Foram três milhões de euros, divididos em três tranches, doados pelo ex-primeiro-ministro do Qatar, o sheik Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani.

O jornal britânico revelou ainda que a primeira doação foi feita através de uma bolsa, durante um encontro na Clarence Houve, enquanto a segunda chegou ao príncipe em sacos da loja de luxo Fortnum and Mason.

O dinheiro terá sido depositado nas contas do Fundo de Solidariedade Príncipe de Gales (Prince of Wales's Charitable Fund), uma entidade que financia os projetos privados do príncipe e a sua propriedade rural na Escócia. 

A Comissão de Caridade (Charity Commission), que responde diretamente ao parlamento do Reino Unido, garantiu que ia rever as informações sobre o recebimento de doações em notas de 500 euros. No entanto, fonte da casa real garantiu à CNN Internacional que os advogados estão atentos, mas garantiu que não havia nada de ilegal nestas doações. 

Esta não é a primeira vez que as doações recebidas pelo filho mais velho da rainha Isabel II estão envolvidas em polémica. As suspeitas dizem que podem ter servido como uma espécie de agradecimento de multimilionários por lhes ter facilitado a cidadania britânica.

Recorde-se que, segundo uma outra investigação do Sunday Times, Michael Fawcett, antigo mordomo do príncipe e ex-diretor executivo da fundação, demitiu-se em novembro do ano passado por ter, alegadamente, intercedido para que o magnata Mahfuz Marei Mubarak bin Mahfuz fosse distinguido como comendador honorário da Ordem do Império Britânico. Na altura, o milionário saudita terá doado cerca de 1,75 milhões de euros a Organizações não Governamentais ligadas à Família Real antes de receber a sua condecoração. A medalha foi-lhe entregue pelo Príncipe Carlos numa cerimónia privada no Palácio de Buckingham realizada em novembro de 2016.

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