Presidente do México assediada na rua à frente dos seus seguranças: um homem tocou-lhe no peito e tentou beijá-la

Agência Lusa , BCE
5 nov, 18:51
Claudia Sheinbaum, presidente do México (AP)

Numa ação nas ruas da Cidade do México, Sheinbaum foi surpreendida por um homem, que lhe colocou o braço à volta do ombro e, com a outra mão, tocou-lhe na anca e no peito, tentando simultaneamente beijá-la no pescoço

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, foi vítima de assédio sexual na terça-feira em plena rua, na Cidade do México, segundo vídeos divulgados esta quarta-feira por meios de comunicação social e nas redes sociais.

Um homem tocou no peito e tentou beijar Sheinbaum no pescoço, enquanto a chefe de Estado cumprimentava simpatizantes no coração da capital, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

O incidente ocorreu quando Sheinbaum se dirigia a um evento público perto do palácio presidencial, apertando mãos e tirando fotografias, como mostram os vídeos difundidos na imprensa e nas redes sociais.

Na ausência de qualquer agente de segurança que o impedisse, um homem aproximou-se de Sheinbaum, colocou-lhe o braço à volta do ombro e, com a outra mão, tocou-lhe na anca e no peito, tentando simultaneamente beijá-la no pescoço.

Foi apenas nesse momento que um membro do serviço de segurança responsável pela proteção da Presidente da República interveio e afastou o indivíduo.

O homem parecia estar sob o efeito de estupefacientes ou de álcool.

Apesar da agressão, Sheinbaum manteve a calma e a cortesia, aceitando tirar uma fotografia com o agressor.

De seguida, deu-lhe uma leve palmada no ombro e prosseguiu o seu percurso, conforme se pode ver num dos vídeos.

As autoridades de segurança anunciaram posteriormente a detenção do agressor, identificado como Uriel Rivera, que foi entregue ao Ministério Público especializado em crimes sexuais.

Horas depois, a ministra encarregada das Mulheres, Citlali Hernández, publicou um comunicado a condenar a agressão.

“Condenamos o ato de que a nossa presidente foi vítima”, escreveu Hernández nas redes sociais.

Hernández também denunciou a “visão machista” e a banalização, por parte de alguns homens, das intrusões no espaço pessoal e no corpo das mulheres.

O assédio de que foi vítima Sheinbaum, cujo Governo defende os direitos das mulheres contra a discriminação e a violência, põe em evidência um problema persistente no México.

Segundo as Nações Unidas, 70% das mexicanas com mais de 15 anos sofreram algum tipo de violência pelo menos uma vez na vida.

Além disso, somando os feminicídios e homicídios voluntários, registam-se em média 10 assassinatos de raparigas e mulheres por dia no país, também de acordo com dados da ONU, citados pela AFP.

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