Parceria entre Europa e EUA está em risco? O "vírus do protecionismo" está aí e não há assim tantas diferenças entre Trump e Harris

28 out 2024, 07:00
Donald Trump e Kamala Harris. Eleições EUA. Fotos Getty Images

No que toca ao comércio entre União Europeia e Estados Unidos, uma administração Trump não será muito diferente de uma administração Harris, e o mesmo poderá aplicar-se noutros pontos de uma relação tradicionalmente amigável que tem vindo a mudar muito na última década. "Os EUA estão mais imprevisíveis. Se a UE quer prosperar, tem de começar a ter mais autonomia"

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Ninguém na União Europeia (UE) poderá dizer que foi apanhado de surpresa se Donald Trump vencer as eleições de novembro nos Estados Unidos. A menos de duas semanas das presidenciais – para muitos as mais renhidas da América desde 1860 – a vitória do antigo presidente é uma possibilidade tão ou mais real do que em 2016, e o potencial retorno do republicano à Casa Branca deverá basear-se nas mesmas linhas que orientaram o seu primeiro mandato, o que para Ricardo Borges de Castro acaba por ser algo vantajoso. 

“Já tivemos Trump Presidente durante quatro anos, desta vez já conhecemos o seu temperamento impulsivo e imprevisível”, refere o especialista em assuntos europeus e internacionais do European Policy Centre (EPC). “E as boas notícias é que, se vencer, Trump só lá estará mais quatro anos – em quatro anos pode estragar muita coisa, mas quando olhamos para trás, vemos que isso limita as coisas que quer fazer e eventualmente é possível que as coisas mais difíceis aconteçam rapidamente, já no início do mandato. Depois já não terá tanta margem de manobra.”

Este é o único ponto positivo de uma relação que se antecipa difícil caso o republicano consiga derrotar Kamala Harris. “Especialmente com uma presidência Trump, e olhando para o seu primeiro mandato, ele não via a tradicional parceria transatlântica como uma parceria, mas também não fez uma reforma abrangente dessas relações como se chegou a antecipar”, adianta Lisa Musiol, líder do departamento de assuntos europeus do International Crisis Group. “As expectativas são de que tudo será mais difícil com Trump, em termos de manter a parceria transatlântica forte, mas vamos ter de esperar para ver.”

Ao final de uma década de profundas transformações nessa parceria, nada garante, contudo, que uma administração democrata vá traduzir-se em relações mais tranquilas. Sim, uma Presidente Harris estará mais alinhada com a UE em algumas matérias, mas isso não é forçosamente verdade noutras, à cabeça o comércio.

“Há um contexto importante a ter em conta, que se aplica aos dois candidatos, que é esta nova base de autossuficiência, de olhar para dentro, este isolacionismo mais pronunciado nos EUA que continuará a sentir-se com qualquer Presidente”, explica Borges de Castro. “Kamala será sempre mais apreciada e Trump mais confrontacional”, mas esta “posição mais protecionista do que no passado” comum a ambos não vai mudar – e isso continuará a ter um grande impacto nas relações transatlânticas.

“Kamala tem todo um programa económico semelhante ao de Biden, focado na classe média, focado em trazer fábricas para os EUA, em privilegiar a compra de produtos americanos – Biden recriou o Made In America e isso vai continuar. E não nos podemos esquecer que há decisões de um lado e de outro do Atlântico que têm gerado incómodo, por exemplo, a posição da UE em relação às plataformas digitais. Há medidas que não são apreciadas nos EUA e aqui vai acontecer a mesma coisa.”

UE receia que o Inflation Reduction Act (IRA), através do qual Joe Biden reinventou o 'Made In America', leve empresas europeias a deslocalizarem-se para os EUA Foto: Michael Conroy/AP

Protecionismo dos EUA "força UE a tomar uma posição"

As óbvias repercussões desta postura aplicam-se não só, mas também às trocas bilaterais. Atualmente, as relações económicas EUA-UE envolvem mais de 1,3 biliões de dólares por ano – contra, por exemplo, os 758 milhões de dólares anuais envolvidos nas relações económicas com a China, o terceiro maior parceiro comercial dos norte-americanos.

Aos olhos de Trump, uns e outros, europeus e chineses, são concorrentes dos Estados Unidos – e é por isso que, tal como fez durante a campanha para as presidenciais de 2016, continua a prometer impor uma taxa de 10% sobre todas as importações europeias, a par de tarifas de 60% ou mais sobre todos os bens importados da China. Mas apesar da postura de maior aproximação aos aliados europeus, pouco indica que uma presidência Harris vá olhar de forma diferente para a União Europeia neste ponto.

“Esta tendência de protecionismo nos EUA, até com o Inflation Reduction Act (IRA) que Biden apresentou e que teve implicações na economia europeia, força a UE a tomar uma posição, independentemente de quem venha a ser o próximo Presidente”, defende Lisa Musiol. “A forma como olhamos para os diferentes cenários vai ter de ser repensada.”

Há alguns meses, já com as presidenciais norte-americanas debaixo de olho, um ex-comissário europeu tinha alertado que “não há diferenças políticas entre republicanos e democratas no que toca ao comércio e à tecnologia”. A única diferença para Phil Hogan, antigo responsável da Comissão Europeia para o Comércio, que ajudou a estreitar os laços UE-EUA na reta final da primeira estadia de Trump na Casa Branca, “é a tática”.

A diplomacia em Bruxelas sabe-o e a forma como tem tentado proteger as relações transatlânticas com instrumentos “à prova de Trump” mantém a campanha democrata na mira. Economicamente, a administração Biden apoiou-se em vários dos instrumentos desenvolvidos pelo antecessor para competir com a China e isso, invariavelmente, implicou picos de tensão comercial com os europeus desde 2020.

Um dos mais impactantes teve lugar há dois anos, quando o presidente americano ratificou o IRA, um dos maiores investimentos em economia, segurança energética e clima até hoje aprovados pelo Congresso. Tendo como principais objetivos reduzir a inflação e mitigar o impacto das alterações climáticas na economia dos EUA, a legislação foi alvo de duras críticas na UE precisamente pelo seu cariz protecionista.

“Apesar de aclamado na UE por marcar uma nova era na política climática dos EUA, o IRA está a ser criticado pelas suas disposições ‘Buy American’”, lê-se num relatório do Parlamento Europeu de junho de 2023. “Receia-se, entre outras coisas, que as exportações da UE para os EUA sejam prejudicadas e que as empresas da UE possam ser incitadas a deslocalizar-se para os EUA”, pelo que é necessário “compensar os efeitos do IRA na economia da UE”, ressalta o mesmo relatório.

Num encontro com jornalistas em Lisboa há um mês, o vice de Biden para o Crescimento Económico exaltou o sucesso do IRA, que causou desconforto à UE, e defendeu que a parceria transatlântica é essencial para manter a competição com a China Foto: José Sena Goulão/EPA

Enquanto vice-presidente de Biden, a candidata democrata à Casa Branca desempenhou um papel importante no desenvolvimento destas estratégias de indústria e competitividade viradas para dentro, uma “abordagem pós-neoliberal” a que Harris deverá dar continuidade – veja-se o facto de ter escolhido Tim Walz para seu vice, algo que, aponta a revista Foreign Policy, sinaliza futuros esforços para relocalizar a manufatura e inovação tecnológica, em detrimento de parcerias tradicionais.

Isto deixa a UE numa posição difícil, em que enfrenta tarifas sobre as exportações e crescente pressão para adotar uma postura mais dura em relação à China – uma rota que a Comissão Europeia 2.0 de Ursula Von der Leyen já está, de resto, a seguir, como se viu no início de outubro, quando anunciou a imposição de taxas sobre os carros elétricos importados da China para o espaço comunitário.

“Nos EUA também estamos a impor tarifas aos veículos elétricos da China e vemos [a decisão da UE] como uma resposta lógica para nivelar as condições de concorrência e de encontrar formas de diversificar as nossas cadeias de abastecimento”, referiu numa visita recente a Lisboa José W. Fernandez, vice-secretário da administração Biden para o Crescimento Económico, Energia e Ambiente.

“O vírus do protecionismo está cá – a questão é se vamos conseguir fazer as coisas juntos ou em competição uns com os outros”, refere Ricardo Borges de Castro. “Só temos a perder se o fizermos em competição e isto aplica-se a todas as áreas, incluindo no que toca a investimentos em capacidades militares, por exemplo. Nós, europeus, podemos ter uma perspetiva de longo prazo de privilegiar empresas europeias no setor da Defesa, mas no curto e médio prazo não o podemos fazer sem a indústria de defesa norte-americana – e um foco interno seria ir buscar mais uma guerra, sobretudo com o sr. Trump. Mas se Trump quer ter sucesso na sua confrontação com a China, também vai precisar dos europeus.”

"A grande pergunta para o futuro"

Apesar de o primeiro mandato de Trump ter ficado marcado por tarifas às importações europeias para os EUA, o comércio continuou a crescer. “A tendência geral foi de crescimento e o que cresceu também – algo de que Trump não gosta nada – foi o excedente comercial e aqui não podemos ter ilusões, sobretudo em relação a um país em particular que é a Alemanha, que vai estar debaixo de fogo, porque tem um grande excedente comercial com os EUA e porque, aos olhos de Trump, não esteve a gastar tanto em Defesa como ele achava que devia”, refere Ricardo Borges de Castro.

Tendo em conta, por exemplo, os discursos do candidato republicano e do seu vice, JD Vance, no encontro nacional do partido em agosto, fica clara a postura anti comércio livre da parelha que, nas palavras de ambos, tem levado a que “alegados aliados” dos Estados Unidos “se aproveitem” do país – algo que se aplica ao comércio e também à NATO. 

A invasão russa da Ucrânia em larga escala há dois anos e meio deixou a descoberto a dependência europeia dos EUA e "como isso não é sustentável", algo que também se aplica ao comércio e trocas Foto: Genya Savilov/AFP via Getty Images

Se Trump regressar ao poder, e apesar de toda a imprevisibilidade que trará consigo, é previsível que os mecanismos de coerção económica sejam reforçados, sobretudo tendo como principal alvo a China, com inevitáveis efeitos colaterais para a UE. Mas uma presidência Harris também poderá levar a abordagem de Biden de “quintal pequeno, vedação alta” para outro patamar, com controlos às importações e sanções que também poderão ter um impacto negativo nas empresas europeias. 

Com qualquer novo inquilino da Casa Branca, haverá discussões sobre o alinhamento das iniciativas de segurança económica EUA-UE, pelo que não são de descartar mais fricções comerciais. E nesse contexto, as atenções estão postas em mecanismos como o Conselho de Comércio e Tecnologia UE-EUA (TTC), um fórum diplomático lançado em 2021 para coordenar políticas tecnológicas, económicas e digitais quando os dois parceiros estavam envolvidos em disputas comerciais como a que envolveu a Airbus.

Contra as vozes europeias que dizem que o TTC não serve os interesses comuns dos dois lados do Atlântico, Fernandez disse aos jornalistas portugueses em setembro que a “segunda fase” da parceria já está a ser negociada por Bruxelas e Washington, tendo em conta o que disse serem grandes frutos do trabalho do TTC, como o facto de ambos terem estado preparados para “reagir com rapidez em matéria de controlo das exportações após a brutal invasão russa da Ucrânia”.

O vice de Biden não esclareceu, contudo, se o TTC poderá deixar de ser apenas um fórum de grupos de trabalho e reuniões ad-hoc para passar a ter um enquadramento mais formal, como já acontece entre os EUA e outros países. E isso reforça a necessidade de o bloco europeu diversificar cadeias de abastecimento e assegurar acordos comerciais com outros parceiros, potencialmente a Índia e os latino-americanos do Mercosul.

“Se for Kamala a ganhar as eleições, há uma possibilidade maior de se manter o TTC e até de se poder formalizar, mas se for Trump naturalmente a ele não lhe vai interessar isso”, antecipa o especialista do EPC. “A dificuldade aqui para os europeus é encontrarem uma posição comum. Tanto americanos como europeus estão no mesmo barco em termos de matérias-primas raras, da transição verde, ambos têm esta estratégia de diversificar – e essa pode ser uma área de cooperação entre UE-EUA.”

Mas isso levanta uma questão sensível, no contexto desta senda protecionista, que não é exclusiva dos EUA, e do endurecimento das posições em relação à China, apesar de americanos e europeus continuarem a depender dela. “A grande pergunta para o futuro é: vão americanos, europeus e até outros – como a Coreia do Sul, o Japão, a Austrália ou o Canadá – trabalhar juntos ou em competição uns com os outros?”

JD Vance, escolha de Trump para a vice-presidência, têm reforçado o discurso de que os "alegados aliados" dos EUA estão a "aproveitar-se" do país em matérias económicas e de defesa; para além disso, a parelha republicana está menos alinhada com a UE do que os democratas no combate às alterações climáticas Foto: Getty Images

Sob os holofotes estão também as políticas climáticas dos EUA nos próximos quatro anos. Ao longo da campanha, novamente como fez antes das eleições de 2016, Trump prometeu retirar os EUA do Acordo do Clima de Paris e, sob o já famoso lema “Drill, baby, drill!”, diz que vai aumentar a produção de petróleo e de gás natural, o que torna praticamente impossível atingir a meta de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC. E do outro lado, Kamala Harris tem-se mantido largamente em silêncio sobre o que serão as suas políticas ambientais se for eleita, no que muitos veem como um mau presságio para os esforços europeus de dar resposta aos desafios climáticos.

Apesar do silêncio da democrata, este é o capítulo que mais distingue uma administração Harris de uma administração Trump, ressalta Lisa Musiol. “No meu entendimento, podemos esperar grandes diferenças aqui dependendo de quem ganhar”, refere a especialista do Crisis Group. “A UE está mais alinhada com os democratas neste ponto, porque os republicanos não têm as questões de mitigação e adaptação climática como uma prioridade. Mas até aqui é muito difícil antecipar o que vai acontecer.”

"Algo que a Europa precisa de encarar"

Numa visita a Lisboa há um mês, Elissa Jobsson, outra especialista do Crisis Group, já referia em entrevista à CNN Portugal que a UE tem de olhar de frente para estas previsíveis dificuldades – sobretudo tendo em conta as lições do primeiro mandato de Trump. “Acho que a Europa tem de encarar a forma como a presidência Trump a despertou para as suas vulnerabilidades”, defendia sobre questões de Defesa e Segurança, exacerbadas pela invasão russa da Ucrânia e pela crescente atenção dos EUA ao Indo-Pacífico, em concreto ao Estreito de Taiwan, em detrimento da Europa. 

Para Jobsson, “o conflito na Ucrânia veio reforçar esta noção e permitiu aos Estados europeus compreender o seu nível de dependência dos EUA, e como isso não é sustentável – provavelmente nunca foi sustentável, mas agora os EUA estão mais imprevisíveis e, com Harris ou Trump, vão ficar marcados por muitas divisões, pelo que, se a UE quer prosperar, tem de começar a ter mais autonomia.”

A ideia é ecoada por Lisa Musiol, colega de Jobsson no ICG. “A Europa vai ter de encontrar o seu lugar entre os EUA e a China face a esta competição. Temos de entender que já não podemos ser 100% dependentes dos EUA, isso é algo que a Europa precisa de encarar. As expectativas são de que tudo será mais difícil com Trump, em termos de manter a parceria transatlântica forte, mas vamos ter de esperar para ver.”

A futura administração norte-americana vai querer que "os europeus gastem mais em segurança e defesa para se ocuparem da sua vizinhança mais próxima e que apoiem os EUA na sua competição com a China", quer na corrida tecnológica, quer no que toca às atenções securitárias no Indo-Pacífico, em particular no Estreito de Taiwan, refere Borges de Castro Foto: AP

Borges de Castro recorda que a estratégia conhecida como ‘Pivot to Asia’ vem de trás, dos tempos da presidência Obama, e que apesar de “a agressão russa à Ucrânia ter vindo perturbar um pouco isso, obrigando os americanos a prestarem mais atenção à Europa, quer com Trump, quer com Harris, a diferença vai ser apenas de intensidade e de retórica”. 

“Haverá pressões sobre os europeus para que se alinhem com os americanos nesta atenção mais focada na China e essas pressões serão bastante mais fortes do que no primeiro mandato de Trump”, refere o analista do EPC. “Mas vejamos: aquilo que Trump disse sobre a dependência alemã da Rússia em termos energéticos, por exemplo, foi dito num tom confrontacional, mas na essência ele tinha razão e todos viemos a dizê-lo também, ainda que de outra maneira.”

Em busca de uma posição comum

Na última semana, na carta enviada aos eurodeputados pela futura chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas deu um “sinal positivo” aos EUA, definindo Pequim exclusivamente como “um rival sistémico” da UE, tal como Ursula Von der Leyen já fez. Só que também aqui a UE não tem uma posição unida, o que denota problemas latentes no horizonte, adianta Ricardo Borges de Castro.

“A dificuldade prende-se com vários Estados-membros, como a Alemanha, França, Itália e sobretudo a Hungria, que neste momento é a maior recetora de investimento chinês na Europa, principalmente no setor da mobilidade elétrica”, destaca o analista. “Se for Trump a ganhar, e dado que se dá bem com [o primeiro-ministro húngaro] Viktor Orbán, não sei o que vai pensar sobre este investimento chinês na Hungria, é possível que Budapeste passe a estar debaixo de fogo, principalmente se for Trump a ganhar as eleições.”

Face à previsível imprevisibilidade de uma nova administração Trump, há dúvidas sem resposta para já, nomeadamente como é que Trump reagiria à estreita relação económica da Hungria de Orbán com a China, dada a sua amizade com o primeiro-ministro húngaro Foto: Zoltan Fischer/EPA

Outro “grande problema” com “potencial destrutivo” para as relações transatlânticas é o facto de que qualquer vencedor “vai ter uma presidência internamente difícil, até mais do que globalmente”, o que para o especialista português se aplica sobretudo a Trump. Um segundo mandato do republicano acarreta “riscos por ação, dependendo do que fizer em relação à NATO ou do que impuser à Ucrânia” – mas também “riscos por omissão, ou seja, o que vai deixar de fazer ou o que vai permitir que outros façam”.

Com a movimentação dos EUA para o Indo-Pacífico, acrescenta Lisa Musiol, “é claro que a concorrência vai intensificar-se e isso é algo que as duas administrações vão continuar a fazer de uma forma ou de outra, exigindo maior partilha de segurança com a UE em relação ao Oriente”. Mas a forma como isso será feito, adianta a responsável do Crisis Group, “vai ser diferente, e isso é especialmente impactante para a UE”.

Apesar de tudo, “Harris continua a olhar para a Europa como parceira, está apostada em trabalhar em conjunto, e isso é claro que será mais fácil para a UE, mesmo com esta mudança em marcha”, refere Musiol. Já com uma administração Trump, “há expectativas de que seja mais errática, mais imprevisível, menos focada na parceria tradicional, e isso torna o trabalho mais difícil, sobretudo para uma máquina burocrática com 27 Estados-membros.”

“Penso que os europeus estão preocupados sobretudo com uma abordagem mais transacional de uma presidência Trump, que vai testar a sua unidade em termos de política externa. As políticas inesperadas dos EUA tornam mais difícil para a UE encontrar uma posição comum – é essa a grande questão.”

E.U.A.

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