Líder da oposição da Venezuela foi distinguida "pelo seu trabalho incansável na defesa dos direitos democráticos e pela luta por uma transição pacífica do regime autoritário para a democracia na Venezuela"
O prémio de Nobel foi atribuído a María Corina Machado, anunciou esta sexta-feira o comité norueguês. A líder da oposição da Venezuela foi distinguida "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e pela sua luta em prol de uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia".
O Comité Nobel Norueguês destacou a coragem cívica de Machado, considerada uma das figuras mais marcantes da América Latina nas últimas décadas. A líder da oposição tem sido um elemento unificador num movimento político historicamente fragmentado, encontrando consenso na exigência de eleições livres e de um governo representativo.
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— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 10, 2025
The Norwegian Nobel Committee has decided to award the 2025 #NobelPeacePrize to Maria Corina Machado for her tireless work promoting democratic rights for the people of Venezuela and for her struggle to achieve a just and peaceful transition from dictatorship to… pic.twitter.com/Zgth8KNJk9
"Enquanto líder do movimento democrático na Venezuela, a laureada com o Prémio da Paz deste ano, Maria Corina Machado, é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos. A senhora Machado tem sido uma figura chave e unificadora numa oposição política que outrora esteve profundamente dividida - uma oposição que encontrou um terreno comum na exigência de eleições livres e de um governo representativo. É precisamente isto que está no cerne da democracia: a nossa vontade comum de defender os princípios do governo popular, mesmo quando não estamos de acordo. Numa altura em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender esta base comum."
Fundadora da organização Súmate, criada há mais de 20 anos para promover eleições justas, Maria Corina Machado tem enfrentado perseguições e restrições impostas pelo regime venezuelano. O Comité sublinhou que, ao longo da sua carreira, a vencedora defendeu a independência judicial, os direitos humanos e a representação popular, dedicando-se à liberdade do povo venezuelano.
María Corina Machado admite estar "em choque"
A líder da oposição venezuelana María Corina Machado admitiu estar “em choque” por ter recebido o Prémio Nobel da Paz, hoje atribuído em Oslo, num vídeo enviado pela sua equipa de imprensa à agência de notícias francesa AFP.
“Estou em choque!”, ouve-se Maria Machado a dizer a Edmundo González Urrutia, que a substituiu como candidato nas últimas eleições presidenciais devido à sua inelegibilidade política.
“O que é isto? Não acredito”, insiste a líder da oposição, de 58 anos, que vive escondida na Venezuela.
Portugal destaca "coragem e audácia"
O Governo português felicitou esta sexta-feira a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, pela atribuição do prémio Nobel da Paz 2025, destacando a sua “coragem e audácia” na luta por uma “paz justa e democrática”.
“A luta pela democracia, por eleições livres e pelos direitos humanos é a matéria-prima da paz. A coragem e a audácia de María Corina Machado são o fermento da paz - de uma paz justa e democrática”, afirmou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, numa publicação na rede social X.
A oposição venezuelana foi premiada “pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, explicou a organização do Nobel.