Prémio Camões 2022 atribuído a Silviano Santiago

CNN Portugal , CE - com Lusa
24 out 2022, 18:59
Escritor Silviano Santiago (Getty Images)

É a mais importante distinção da literatura portuguesa

O Prémio Camões 2022 foi atribuído ao autor e ensaísta brasileiro Silviano Santiago. O anúncio foi feito, esta segunda-feira, em comunicado pelo Ministério da Cultura. 

"Silviano Santiago, além de escritor com uma obra literária com vários prémios nacionais e internacionais (Jabuti, Oceanos, etc.), é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projeção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico, no Brasil e fora dele (nos países ibero-americanos, africanos, nos Estados Unidos e na Europa)", indicou o júri da 34.ª edição do Prémio Camões

O destacou o "perfil de intelectual interventivo, com uma visão ampla e abrangente sobre o que é a Cultura, materializada em reflexões sobre múltiplos domínios, desde Machado de Assis aos estudos culturais, Caetano Veloso e o tropicalismo". Para Pedro Adão e Silva, "o Prémio Camões, sendo um prémio de consagração, tem o mérito de estimular o interesse pela literatura em língua portuguesa, fomentar o reconhecimento mútuo e incentivar à leitura dos autores da lusofonia para além das fronteiras do país de origem do premiado".

Ensaísta, romancista e contista, Silviano Santiago nasceu em 1936, em Formiga, Minas Gerais, Brasil.

Doutorado em Letras Francesas pela Universidade de Sorbonne, de Paris, em 1968, com uma tese sobre "Os Moedeiros Falsos", de André Gide, a biografia divulgada pelo Prémio Camões identifica-o igualmente como bacharel em Letras Neolatinas pela Universidade Federal de Minas Gerais (1959), com especialização em Literatura Francesa, como bolseiro do Centre d`Études Supérieures de Français, no Rio de Janeiro, entre 1960 e 1961.

Silviano Santiago recebeu, entre outros prémios, o Jabuti 2017, o Prémio Oceanos em 2015, com o romance "Mil Rosas Roubadas", e o segundo lugar do Prémio Oceanos, em 2017, com "Machado", sobre Machado de Assis.

O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é a mais importante distinção da literatura portuguesa. No ano passado, o prémio foi atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane, autora de "Balada de Amor ao Vento" e "Ventos do Apocalipse".

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga.

Em 2019, o prémio distinguiu o músico e escritor brasileiro Chico Buarque, autor de "Leite Derramado" e "Budapeste", entre outras obras; em 2020, o professor e ensaísta português Vítor Aguiar e Silva (1939-2022).

O Brasil lidera a lista de distinguidos com o Prémio Camões, com 14 premiados cada, seguindo-se Portugal, com 13 laureados, Moçambique, com três, Cabo Verde, com dois, mais um autor angolano e outro luso-angolano.

A história do galardão conta apenas com uma recusa, exatamente a do luso-angolano Luandino Vieira, em 2006.

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