Gasóleo subiu quase 15 cêntimos em três dias – mas quanto custariam os combustíveis sem a descida de impostos?

16 jun 2022, 11:27
Combustíveis. Foto: Frank Augstein/AP

Gasóleo subiu na segunda, na terça, na quarta… marcando novos recordes a cada dia que passa. Pior seria se o governo não tivesse descido os impostos. E isso pode acontecer de novo na próxima semana

Lembra-se da notícia do início desta semana, de que o gasóleo atingira o seu preço mais alto de sempre? O mesmo título podia ter sido publicado nos dois dias seguintes. Porque se os grandes aumentos acontecem à segunda-feira, os preços continuam a variar todos os dias. Neste caso, no gasóleo, subiram todos os dias: em três dias, o gasóleo simples ficou 14,6 cêntimos mais caro. Já a gasolina simples 95 desceu face à semana anterior, mas apenas 0,2 cêntimos.

Esta quarta-feira, segundo dados oficiais da Direção-Geral de Energia e Geologia, um litro de gasóleo simples custou 2,039 euros por litro em média em Portugal continental. Já a gasolina simples 95 custou 2,169 euros por litro.

Acontece que estes preços só não são mais altos porque o governo desceu o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), num valor correspondente a uma descida do IVA de 23% para 13%. E pode fazê-lo ainda mais já na próxima semana.

Quanto custariam os combustíveis sem descida de ISP

Segundo o último comunicado do Ministério das Finanças sobre a descida do ISP, “o alívio global temporário da carga fiscal sobre os combustíveis totalizará 21,8 cêntimos por litro de gasóleo e 25,1 cêntimos por litro de gasolina”. Esta descida entrou em vigor a 6 de junho e dura pelo menos até amanhã. "As taxas unitárias do ISP agora fixadas vigoram por duas semanas, voltando a ser feito o reajustamento no dia 17 de junho", informou então o Ministério das Finanças.

Sem este corte temporário do ISP, os preços atuais seriam 11% e 12% mais elevados do que são hoje:

Fonte: DGEG, Ministério das Finanças e elaboração própria CNN Portugal

Atestar um depósito de 50 litros de gasóleo custaria, pois, mais 11 euros do que hoje (ou mais 12,5 euros no caso da gasolina).

Sem a descida do ISP, o aumento do gasóleo e da gasolina desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia seria de cerca de 60 cêntimos por litro. Mesmo sem esse corte dos impostos, hoje o gasóleo custa mais 38 cêntimos por litro e a gasolina 95 mais 35 cêntimos.

Governo vai reduzir mais o ISP?

Em teoria, sim. O último corte do ISP, anunciado a 3 de junho, ficou definido até 17 de junho, amanhã. Ora, há dois factos agora em apreço.

Primeiro: o corte do ISP tinha sido anunciado como temporário, durando apenas durante maio e junho e depois “logo se via”. O que se vê é que os aumentos dos combustíveis não só não aplacaram como se agravaram, o que torna provável o anúncio pelo governo da extensão do corte do ISP durante mais tempo.

Segundo: desde o último corte, anunciado a 3 de junho, os combustíveis subiram mais, pelo que a lógica do governo de reproduzir uma descida do ISP correspondente a uma redução do IVA de 23% para 13% sugere que o Ministério das Finanças anuncie um corte ainda maior do ISP do que aquele que se verifica hoje.

Nos mercados internacionais, o petróleo roçou os 125 dólares por barril na terça-feira (no índice Brent), tendo depois descido para cerca de 118 dólares esta quinta-feira de manhã.

 

 

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