O primeiro voo da águia é de mão cheia
A espera acabou. Quase dois meses depois de um final de época que culminou numa noite tensa em Vila do Conde, o Benfica abriu a loja para 2024/25. A angústia virou esperança. Depois dos rostos de desilusão, caras lavadas. Motivação para atacar a nova época, com Roger Schmidt ao leme. Novidades que vão de Pavlidis a Barreiro. E muita juventude com ambição entre quem continua para os lados da Luz.
Na primeira mostra aos adeptos na pré-época, na casa do Recreio Desportivo de Águeda, a noite foi tudo menos isso. Um recreio. Ainda é cedo para tirar ilações sustentadas, é certo. E o resultado nem sempre é o mais importante nesta fase, mas o Benfica venceu (e dá mostras de que pode convencer). No primeiro de dois testes em dois dias, em Águeda, triunfo por 5-0 ante o Farense. Segue-se o Celta.
Florentino e o reforço Pavlidis fizeram o marcador mexer já no último quarto de hora da primeira parte, depois de Samuel Soares sobressair face a um início mais perigoso do Farense. Na segunda parte, com um onze totalmente renovado, cedo apareceu a pontaria em argentino, por Prestianni e Rollheiser: o 4-0 ficou feito antes da hora de jogo e Rollheiser bisaria mais tarde para fechar as contas.
Tiago Gouveia a lateral-direito, Aursnes à esquerda no meio-campo
Roger Schmidt apresentou os reforços Leandro Barreiro e Pavlidis no onze inicial, com outras notas a salientar: Tiago Gouveia fez 45 minutos como lateral-direito e Aursnes surgiu à esquerda no meio-campo, com Florentino e Barreiro na zona central, Neres na outra ala e Marcos Leonardo junto a Pavlidis na frente.
O jogo começou morno, mas aos poucos aqueceu e que o diga Samuel Soares, que aqueceu as luvas nas tentativas de Bermejo, Poveda e Cláudio Falcão até aos 16 minutos. O Farense foi a primeira equipa a dar maiores sinais de perigo (o quarto de hora inicial foi mesmo o seu melhor período no jogo, ainda com frescura), conseguiu alguma chegada até à área e, por vezes, soube explorar as costas do Benfica em velocidade desde o meio-campo. Belloumi promete continuar a ser trunfo nesta equipa, Falcão deu bons indicadores na organização central e Bermejo também quis mostrar-se desde cedo.
A partir de meio da primeira pare, houve mais Benfica, com David Neres a mostrar-se pela direita e Aursnes bem nos equilíbrios da equipa entre a esquerda e a zona central (isto em paralelo com a propensão ofensiva de Carreras e Gouveia) e Pavlidis e Marcos Leonardo com vontade lá na frente.
Com paciência coletiva e também inteligência individual, o Benfica foi encontrando espaços e acabou por ser feliz ao minuto 32. Florentino, a passe de Aursnes, tentou a sorte de meia-distância e foi feliz: Miguel Carvalho, ainda a frio após render o lesionado Kaique na baliza (chocou com Marcos Leonardo aos 26m) deixou escapar a bola entre as mãos e a bola entrou ao meio da baliza.
O golo soltou ainda mais o Benfica e a primeira parte acabou com um 2-0 que se anunciava, castigando um mau passe de Neto para Aursnes, que serviu Marcos Leonardo para um remate que Miguel Carvalho defendeu de forma incompleta, antes de o grego Pavlidis marcar na estreia.
2.ª parte: Prestianni primeiro, Rollheiser a dobrar depois
Com um onze totalmente renovado para a segunda parte, perante um Farense que teve sete mudanças operadas para a segunda parte, o Benfica cedo resolveu as contas do resultado, acabando o primeiro voo de pré-época de mão cheia. Prestianni fez o 3-0 e, depois, Rollheiser bisou para o 5-0 final.
O terceiro golo apareceu aos 47 minutos, num remate frontal de Prestianni a entrar junto ao poste. Ao minuto 53, Rollheiser fez o 4-0 de livre direto. E o resultado volumoso tirou, depois, o ritmo que até então se tinha visto. O jogo perdeu intensidade, vigor. Ainda típico de pré-época. E até chegou mesmo a parar de forma caricata, devido ao sistema de rega…
O Farense, entre mais algumas mudanças operadas por José Mota, tentou chegar-se à frente, mas o Benfica trancou a porta. Mais vibração mesmo só na reta final, quando Arthur Cabral quase levou o público ao delírio num grande lance individual, antes de Rollheiser fechar as contas ao minuto 85, após uma bela jogada com João Rego e João Mário.
Nem tudo foi bom (naturalmente), mas o primeiro voo do Benfica foi de mão cheia.
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Jogo no Estádio Municipal de Águeda.
Árbitro: Tiago Martins.
BENFICA (1.ª PARTE): Samuel Soares; Álvaro Carreras, Morato, Tomás Araújo, Tiago Gouveia; Aursnes, Leandro Barreiro, Florentino, David Neres; Marcos Leonardo, Pavlidis.
FARENSE (1.ª PARTE): Kaique (Miguel Carvalho, 27’); Talocha, Lucas Áfrico, Marco Moreno, Pastor; Rafael Barbosa, Cláudio Falcão, Neto; Bermejo, Poveda, Belloumi.
BENFICA (2.ª PARTE): André Gomes; Parente, Bajrami, Gustavo Marques, Diogo Spencer; João Mário, Rollheiser, João Rego; Schjelderup; Arthur Cabral, Prestianni.
FARENSE (2.ª PARTE): Miguel Carvalho; Talys, Raul Silva, Artur Jorge, Pastor (Rivaldo, 63’); Cláudio Falcão (Seruca, 63’), Filipe Soares (Geovanny, 87'); Jhon Velásquez; Marco Matias (Rafael Teixeira, 87'), Belloumi (Cuba, 63’), Elves Baldé.
Golos: Florentino (32m), Pavlidis (45+4m), Prestianni (47m), Rollheiser (53m, 85m).