Passar tempo em criança junto a praias e rios é bom para a sua vida adulta

13 out 2022, 19:00
Praia (Getty Images)

Tempo passado junto de água - áreas a que os investigadores chamam "espaço azuis" - não tem de ser necessariamente dentro, porque há, na mesma, muitas vantagens em passar tempo apenas perto da água

Mais do que boas memórias dos dias de praia ou junto a rios e lagos - em criança - esses dias podem mesmo ser benéficos para a saúde na vida adulta. Essa foi a conclusão de um estudo, revelado agora no Journal of Environmental Psychology e que foi realizado por investigadores da Universidade de Exeter, em Inglaterra, escreve o jornal The Guardian.

A principal conclusão deste trabalho diz-nos que passar tempo junto à costa (praias), rios ou lagos, enquanto criança, torna mais provável o regresso a esses locais em adulto e também a possibilidade de dar mais valor à natureza. Mais de 15 mil pessoas, de 18 países diferentes, participaram neste estudo.

“Aprender a nadar e ter noção dos perigos das correntes, das temperaturas, etc, é primordial", afirma Mathew White, cientista da Universidade de Viena e coautor do estudo. Todavia, este investigador ressalva que "a mensagem" mais importante a transmitir é que "apenas ensinar as crianças sobre os perigos dos ambientes aquáticos pode deixá-las com medo e mal preparadas para tirarem o benefício que os mesmos podem ter para a sua saúde e bem-estar à medida que crescem".

Mathew White lembra ainda que este tempo passado junto de água - áreas a que chamam "espaço azuis" - "não tem de ser necessariamente dentro, a molharem-se, porque há, na mesma, muitas vantagens em passar tempo perto da água”.

Na verdade, nos últimos anos, vários trabalhos científicos têm abordado este tema, ressalvando sempre os seus benefícios na saúde mental dos adultos.

Um trabalho publicado no International Journal of Hygiene and Environmental Health, em 2011, já defendia que visitas a ambientes aquáticos aumentavam os níveis de atividade física e diminuíam os níveis de stress e ansiedade. Transmitiam ainda uma sensação de bem-estar e aumentavam os níveis de (bom) humor.

Já em 2020, um estudo divulgado pela Environmental Agency associava estes "espaços azuis" a uma melhoria do humor e a uma melhor sensação de recuperação, num nível superior à exposição aos "espaços verdes" (também natureza).

Valeria Vitale, a principal autora do estudo, da Universidade Sapienza (em Roma) disse ao The Guardian que, apesar de reconhecerem que tanto "os espaços verdes como os azuis têm um impacto positivo na saúde mental e física das pessoas", os "espaços azuis têm qualidades sensoriais únicas - reflexos de luz, movimento das ondas, sons, entre outros - e permitem a realização de mais atividades de lazer".

Esta investigadora não tem dúvidas que as conclusões do estudo devem ser relevantes para os decisores políticos porque "reforçam a necessidade de proteger a natureza e investir nestes espaços", mas também porque mostram que estas opções resultam numa "melhor saúde mental na vida adulta”.

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