Governo nega que qualquer português tenha morrido a combater na Ucrânia - e fala em artimanhas russas

Agência Lusa , AG
15 jul 2022, 20:53
António Costa e João Gomes Cravinho no Campo Militar de Santa Margarida (Lusa/Paulo Cunha)

Ministro da Defesa diz que há sete portugueses que foram para o terreno - e acrescenta que alguns desses já saíram de lá

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse esta sexta-feira que a informação da morte de um “mercenário” português, reivindicada pela Rússia esta semana, “não merece credibilidade nenhuma”.

“Faz parte das armas da Rússia lançar estas ideias. Não temos bases nenhumas para qualquer tipo de confirmação sobre o assunto”, indicou à agência Lusa o governante, à margem da sessão de encerramento do Ciclo de Conferências “A Diplomacia e a Independência de Portugal”, no Palácio da Independência, em Lisboa.

Questionado sobre o número de combatentes portugueses na Ucrânia, João Gomes Cravinho lembrou que o Governo teve conhecimento de sete, julgando “que alguns já terão saído”.

“Os números que nós temos são os mesmos números que demos quando, da última vez, a Rússia também veio com afirmações de portugueses participantes”, atentou, acrescentado não ter “nenhum registo de morte de portugueses em ação na Ucrânia”.

A Rússia reivindicou na terça-feira a morte de 391 combatentes estrangeiros na Ucrânia nas últimas três semanas, incluindo um que o Ministério da Defesa russo identificou como português.

Além dos "mercenários" abatidos pelas forças russas, o ministério disse que, no mesmo período, 240 combatentes estrangeiros fugiram da Ucrânia e 151 chegaram ao país que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro.

“Nas últimas três semanas, o número de mercenários na Ucrânia diminuiu de 3.221 para 2.741 como resultado das ações ofensivas das unidades das Forças Armadas russas e das milícias populares das repúblicas de Lugansk e Donetsk”, disse o Ministério da Defesa russo num comunicado.

O ministério divulgou na rede social Telegram uma lista de mercenários por países, em que refere a chegada de 105 de Portugal desde o início do conflito.

Desse total, 20 figuram como mortos e outros 20 como tendo fugido, pelo que continuariam 65 na Ucrânia, segundo os dados divulgados por Moscovo.

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