Face aos avisos de um "potencial ataque aéreo significativo" proveniente da Rússia, vários países têm encerrado a sua representação diplomática em Kiev
A embaixada de Portugal em Kiev poderá encerrar "a qualquer momento", seguindo o exemplo dos Estados Unidos (EUA), Grécia, Espanha e Itália, que suspenderam funções esta quarta-feira, depois de terem sido levantadas suspeitas de um "potencial ataque aéreo significativo" por parte da Rússia à capital ucraniana.
Segundo fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, "a embaixada esteve em funcionamento com expediente normal. Mas tudo em avaliação. O encerramento pode ser decidido a qualquer momento, se a situação justificar".
Os EUA foram o primeiro país quarta-feira a encerrar temporariamente a embaixada na Ucrânia, alegando ter recebido uma "informação específica" alertando para a iminência de um ataque "significativo". O país aconselhou ainda os cidadãos norte-americanos a estarem preparados para, em caso de alerta de bombardeamento, se deslocarem imediatamente para um abrigo. "Como medida de precaução, a embaixada vai ser encerrada e os funcionários da embaixada são aconselhados a procurar abrigo em caso de ataque", pode ler-se no comunicado.
Ukraine: The U.S. Embassy in Kyiv received specific information of a potential significant air attack on Nov 20. The Embassy will be closed and recommends U.S. citizens be prepared to immediately shelter in the event an air alert is announced. https://t.co/ah0bpDfULK pic.twitter.com/m8cWXCXT2V
— Travel - State Dept (@TravelGov) November 20, 2024
Face aos avisos de um "potencial ataque aéreo significativo" proveniente da Rússia, Espanha optou por encerrar também a sua embaixada no país, alegando existir um "crescente risco de ataques aéreos na Ucrânia", segundo a agência espanhola Efe. Para além disso, os espanhóis que residem no país receberam um email de aconselhamento para que "tomem medidas extremas de segurança", enquanto sugere que "saibam sempre localizar um abrigo".
Itália e Grécia seguiram o mesmo exemplo e optaram por encerrar as suas embaixadas como forma de precaução. Até ao momento, países como o Reino Unido ou a Alemanha mantêm a representação diplomática aberta, estando este último país a funcionar “com capacidade limitada”. “Estamos em contacto permanente com os nossos colegas no terreno para que possamos tomar as medidas adequadas caso a situação se altere se a situação se alterar”, afirmou um funcionário da embaixada alemã.
O possível ataque surge no dia em que se soube que os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia minas antipessoais para reforçar a defesa do país contra a invasão lançada pela Rússia e um dia depois do país invadido ter lançado mísseis de longo alcance, conhecidos como ATACAMS, fornecidos pela administração Biden, contra território russo.
A autorização para a utilização desses mísseis pelos EUA originou como resposta da Rússia a atualização da doutrina nuclear na Rússia, que passa a autorizar o uso alargado de armas nucleares pelo país em caso de ataque.