Governo diz que Portugal deve ser vendido como "o país mais sustentável do mundo”

Agência Lusa
18 mai 2022, 15:31
Rita Marques (Lusa/João Relvas)

Rita Marques reforça que será necessário "um esforço conjunto" a vários níveis, nomeadamente económico, ambiental e social, para obter certificações de turismo sustentável

A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, defendeu esta quarta-feira que Portugal deve ser vendido como "o país mais sustentável do mundo”, de forma a tornar-se mais competitivo e aumentar a receita turística.

“É isso que queremos. Está para nós muito claro ao nível de política pública, alinhada com o Turismo de Portugal, que Portugal tem que ser o país mais sustentável do mundo. Competitivo à custa da sustentabilidade”, afirmou Rita Marques em Vouzela, onde esta quarta-feira ficou a conhecer o projeto de turismo sustentável em curso desde julho de 2020.

No seu entender, para que tal aconteça, devem ser “muitos a rumar” nesse sentido, com empresas de restauração, animação turística e hotelaria a trabalharem no sentido de obter a certificação da Biosphere (que certifica o turismo sustentável), como acontece em Vouzela, ou outras certificações.

“O importante é que façamos a diferença, porque, para continuarmos a crescer em valor, temos que ser muitos, não basta por decreto ou por imposição do Turismo de Portugal reclamarmos que somos o país mais sustentável do mundo. Temos de fazer um esforço conjunto”, frisou.

Segundo Patrícia Araújo, da Biosphere, na região Centro há cerca de 140 empresas (sobretudo de alojamento e animação turística) que já estão certificadas ou em processo de certificação, sendo 12 delas de Vouzela.

Rita Marques disse que “o turismo não se vende só porque Portugal tem ativos extraordinários: paisagens idílicas, um mar maravilhoso e uma gastronomia genuinamente gostosa”.

“Temos que trabalhar numa perspetiva diferente e profissionalizar este trabalho, orientando-o para as grandes tendências”, frisou, acrescentando que, “hoje em dia, a sustentabilidade é algo que é avaliado positivamente pelo cliente” e, portanto, deve ser trabalhada nas suas três dimensões, nomeadamente económica, ambiental e social.

Segundo a secretária de Estado, “Portugal já não é um destino barato há vários anos”, exemplificando que, apesar de receber “metade dos turistas que a Grécia recebe”, tem “exatamente a mesma receita turística”.

“Estamos com uma receita turística por turista muito interessante e a crescer de uma forma muito evidente. Temos uma meta muito tangível que é chegarmos a 2027 com 28 mil milhões de euros de receita turística”, acrescentou.

Na sua opinião, o concelho de Vouzela, no distrito de Viseu, tem estado a fazer “um trabalho extraordinário”, que deve ser replicado noutros municípios e noutras regiões.

“Porque lá fora a marca Vouzela será importante, mas a marca Portugal tem mais força”, justificou.

No início do mês, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha defendido que Portugal deve "tomar partido" das suas vantagens, referindo-se especificamente à atual situação geopolítica.

"Para quem opta, em termos de turismo, faz diferença ser muito próximo daquilo que consideram ser o centro do conflito ou mais longe", afirmou. "De facto temos vantagens comparativas e temos que tomar partido delas".

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