Taça: Portimonense-Arouca, 1-2 (crónica)

Pedro Lemos , Portimão Estádio
18 out, 18:38

Puche, Puche para a quarta eliminatória

Não há outra forma de o Portimonense dizer adeus a esta edição da Taça de Portugal que não seja com um amargo de boca. Por mais leve que possa ser porque, é sabido, o grande objetivo dos algarvios é garantir o regresso à I Liga.

Mas hoje, perante um adversário de primeira – o Arouca – o Portimonense bateu o pé, foi melhor durante a primeira parte e acabou por conceder a derrota nas poucas chances de que os arouquenses dispuseram. No final, contou, acima de tudo, a eficácia.

O Arouca apareceu em Portimão com várias mudanças: sete no total. Nomes como Mansilla ou Alex Pinto ficaram no banco, apesar de outros, como Trezza, terem ido a jogo.

Do lado dos algarvios, Tiago Fernandes apostou num 11 mais “normal”, apenas com três mudanças.

Desde cedo se percebeu que o Portimonense – que tem deixado boa impressão na Segunda Liga – não vinha com aquela síndrome de equipa pequena. Apareceu atrevido, forte, com vontade de dominar – e, em abono na verdade, conseguiu tudo isto.

Na primeira parte, os algarvios foram claramente melhores. Somaram, pelo menos, duas boas chances para marcar: Ney Silva, aos 37 minutos, rematou à barra; pouco depois, foi o capitão Tamble a ter a baliza à mercê, mas a cabecear ao lado.

Do lado do Arouca, a grande chance estaria nos pés de Pablo Gozálbez que, já perto do intervalo, num grande remate de fora de área, levou a bola à barra e, depois, ao poste.

A segunda parte prometia, mas até começaria um pouco em contraciclo. O Arouca, que tinha estado pior na etapa inaugural, marcou cedo, aos 49, por Puche. O extremo espanhol apareceu ao segundo poste, quase de livre de marcação, e, depois de um primeiro domínio, rematou para o fundo das redes.

O Portimonense sentiu o golo, não foi tão criativo como na primeira parte, mas até chegou ao empate. Tamble conquistou um penálti que o próprio concretizou aos 62 minutos.

A eliminatória poderia cair para qualquer lado… só que a tarde escrevia-se em espanhol. Puche (69m) surgiu solto à entrada da área, rematou de pé esquerdo e selou a passagem do Arouca à 4ª eliminatória da Taça de Portugal.

O Portimonense voltou a acreditar, esteve perto de levar tudo para prolongamento, mas, no final, duas frases resumem tudo:

Glória ao vencedor. Honra ao vencido.

 

 

A FIGURA: Puche

Com o bis, deu a vitória – e a passagem – ao Arouca. A equipa de Vasco Seabra não fez um jogo brilhante, longe disso, mas acabou por alcançar o mais importante. E bem o deve a Puche que, por duas vezes na segunda parte, apareceu para marcar. À exceção dele, referência também para a boa exibição do guarda-redes Mantl que, com um par de boas defesas, impediu o empate do Portimonense, já no final do encontro.

 

 

O MOMENTO: Mantl agarra a passagem à próxima fase (90m)

Os minutos finais foram eletrizantes em Portimão. Os algarvios subiram as linhas, acreditaram que seria possível chegar ao empate e, em abono da verdade, estiveram perto de o conseguir. Valeu, na baliza, um inspirado Mantl que impediu o golo a Dauda por duas vezes, no mesmo lance, e a Canário.

 

POSITIVO: Tamble

O capitão do Portimonense é, talvez a par de Tiago Mamede, o melhor jogador deste Portimonense. Os números mostram-no: o avançado já leva sete golos na temporada e vem-se afirmando como um dos bons goleadores da II Liga. Hoje, conquistou um penálti que ele mesmo concretizou, dando, na altura, o empate na eliminatória. Pela fisionomia e pela maneira de jogar, faz lembrar Beto, outro avançado que passou por Portimão e deixou a sua marca, antes de rumar a voos mais altos.

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