Andriy Portnov fez parte do executivo do presidente pró-russo Viktor Yanukovych e fugiu da Ucrânia em 2014. Chegou a ser acusado de estar envolvido na anexação russa da Crimeia, mas as autoridades ucranianas retiraram as acusações, depois do seu regresso ao país.
O antigo político ucraniano, Andiy Portnov, morreu esta quarta-feira após ser baleado várias vezes na cabeça e nas costas à porta da Escola Americana de Madrid, em Pozuelo de Alarcon, avança a agência Reuters.
De acordo com a polícia espanhola, as autoridades receberam o alerta de um tiroteio às 09:15 locais (08:15 em Portugal). Segundo a imprensa espanhola, Portnov encontrava-se no local para deixar os filhos na escola.
Fontes ligadas à investigação afirmaram ao jornal La Vanguardia que o ataque foi feito por "dois ou três" suspeitos, que atacaram Portnov quando este se preparava para entrar no seu carro.
Depois de disparar várias vezes contra o homem, de 52 anos, os suspeitos fugiram em direção a uma área arborizada, nas imediações da escola.
Andriy Portnov tem um longo passado político na Ucrânia, onde fez parte do executivo do presidente pró-russo Viktor Yanukovych, entre 2010 a 2014, ocupando vários cargos de relevo.
Nascido em Lugansk, Portnov fugiu da Ucrânia após a revolução Euromaidan, que afastou o governo de Viktor Yanukovych, depois de este ter revertido a sua promessa de assinar um acordo que abria as portas para a entrada da Ucrânia na União Europeia.
Depois de abandonar o país, o político acabou por mudar-se para a Rússia e, posteriormente, para Viena, onde exerceu advocacia. Andriy Portnov chegou mesmo a ser alvo de sanções da União Europeia entre 2014 e 2015.
Em 2018, os Serviços de Segurança da Ucrânia abriram um processo contra Portnov pelo seu alegado envolvimento na anexação da Crimeia. O caso acabou por ser arquivado e, em 2019, voltou regressou para a Ucrânia.
A Escola Americana enviou uma mensagem para todos os pais da escola para informar acerca do incidente e para garantir que nenhum aluno está em perigo. Segundo a imprensa espanhola, vários país que se encontravam no local para deixar os filhos na escola testemunharam o incidente.
Não é a primeira vez que acontece um homicídio violento contra figuras importantes russas e ucranianas em Espanha. Desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, diversos incidentes ocorreram neste país que tem um número relevante de cidadãos dos dois países.
Um milionário russo ligado à empresa de gás Novatek foi encontrado morto, juntamente com a mulher e filha, numa aparente cena de suicídio, em abril de 2022. As duas mulheres foram encontradas com múltiplos ferimentos de faca.
Em fevereiro de 2024, um novo caso voltou a fazer manchetes, depois de um desertor russo que planeou a fuga de helicóptero juntamente com os serviços secretos ucranianos foi encontrado morto com múltiplos tiros à porta da garagem do seu prédio, na região de Alicante. O homem vivia escondido nesta região sob uma entidade falsa.