Marcelo: investigação à elite do Exército "não atinge minimamente prestígio das Forças Armadas"

8 nov 2021, 14:29

Em Cabo Verde, o Presidente da República destaca a celeridade das Forças Armadas em iniciar uma investigação para apurar "casos isolados"

À margem de uma visita oficial a Cabo Verde, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que as suspeitas de tráfico de diamantes, ouro e drogas que recaem sobre militares portugueses alcançam “projeção internacional”, mas sublinha que o caso "não atinge minimamente o prestígio das Forças Armadas".

As suspeitas são de gravidade tal que Marcelo escolheu desobedecer à sua regra de não comentar situações nacionais em terreno internacional. O Presidente da República defendeu que a ideia é “levar as investigações o mais longe possível, para apurar o que se passa, confirmar se sim ou não são casos isolados".

O Chefe de Estado salienta que, no final de 2019, as "Forças Armadas, através do Estado-Maior General das Forças Armadas, em colaboração com o Estado-Maior do Exército, desencadearam as investigações", sendo que a tomada de iniciativa de investigar "casos isolados" é um fator que "só as prestigia em termos internacionais".

Assim, para o Presidente da República, a instituição permanece "incólume" perante a operação avançada esta segunda-feira.

A Polícia Judiciária desencadeou durante a manhã desta segunda-feira a sua maior operação este ano com mandados de detenção para comandos e ex-comandos suspeitos de terem montado uma operação criminosa de tráfico de diamantes, ouro e droga em torno das missões portuguesas, ao abrigo da ONU, na República Centro Africana (RCA).

Esta rede criminosa funcionava com base num esquema que envolvia o transporte de diamantes, ouro e droga da RCA para a Europa, a bordo de aviões militares cuja carga não era fiscalizada. 

A operação culminou em 10 detidos decorrentes de 100 buscas em Lisboa, Funchal, Bragança, Porto de Mós, Entroncamento, Setúbal, Beja e Faro, contando com a participação de cerca de 320 inspetores e peritos da Polícia Judiciária.

Há comandos envolvidos, e ex-comandos, que passaram por missões militares na RCA. Destes últimos, sabe a TVI, atualmente alguns são polícias: agentes da PSP e militares da GNR. 

Um dos detidos pela Polícia Judiciária é ex-comando e estava em formação para ser GNR desde junho de 2021 no 44.º Curso de Formação de Gurdas em Portalegre, informa a Guarda em comunicado.

PR Marcelo

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