Cinco ex-polícias detidos pelo envolvimento na morte de Tyre Nichols

26 jan 2023, 18:36
Familiares de Tyre Nichols com uma fotografia do jovem no hospital (AP)

Segundo o chefe da polícia de Memphis, os agentes Tadarrius Bean, Demetrius Haley, Emmitt Martin III, Desmond Mills Jr. e Justin Smith "violaram as regras", durante a operação stop

Cinco ex-polícias de Memphis foram detidos pela ligação à morte de Tyre Nichols, um jovem negro que morreu três dias após ter sido violentamente agredido quando foi mandado parar pelas autoridades, no dia 7 de janeiro.

Nichols foi parado no bairro de Hickory Hill, em Memphis, por suposta condução imprudente, disseram as autoridades. Seguiu-se um "confronto", acabando com os polícias a perseguir o jovem quando este fugiu a pé. Quando os polícias o voltaram a apanhar, ao tentar prendê-lo, houve outro confronto e Nichols começou queixar-se de falta de ar, informou o departamento de polícia.

Segundo o chefe da polícia de Memphis, os agentes Tadarrius Bean, Demetrius Haley, Emmitt Martin III, Desmond Mills Jr. e Justin Smith "violaram as regras", durante a operação stop.

A acusação que agora recai sobre os ex-polícias é homicídio em segundo grau, bem como outros crimes que terão sido cometidos na altura da detenção, e entre os quais estão agressão agravada, sequestro agravado, má conduta policial e opressão policial. A mais grave das acusações pode resultar numa condenação entre 15 a 60 anos de prisão, de acordo com o sistema penal do Estado norte-americano do Tennessee.

A família de Tyre Nichols está "confortável" com a acusação, de acordo com a agência Associated Press, mesmo que o inicialmente pedido tenha sido homicídio em primeiro grau.

"Há outras acusações, estou bem com isso", afirmou Rodney Wells, padastro de Tyre Nichols.

As imagens do momento em que o jovem foi agredido ainda não foram tornadas públicas, mas esse foi um pedido também feito pelas autoridades, que esperam ver isso acontecer o mais tardar na próxima semana.

O chefe da polícia de Memphis classificou as ações dos agentes envolvidos como "hediondas, imprudentes e desumanas", pedindo à comunidade que se manifeste de forma pacífica quando as imagens forem finalmente reveladas.

"Não é apenas uma falha profissional. É uma falha da humanidade básica contra outra pessoa", acrescentou Cerelyn "CJ" Davis.

Os cinco agentes, também eles negros, tinham sido despedidos na sequência do caso a semana passada por "responsabilidade direta no abuso físico do senhor Nichols". Mas as autoridades continuam a fazer uma "revisão completa e independente" do caso para perceber exatamente o que se passou.

E.U.A.

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