Um dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI foi apanhado - e a polícia divulgou imagens do momento

23 dez 2022, 11:11
Michael Pratt, Michael J. Pratt, Mark

 

 

Era procurado há mais de um ano em território espanhol e é a primeira detenção de um dos criminosos procurados pelo FBI em Espanha

A Polícia Nacional espanhola anunciou, esta sexta-feira, que deteve na quarta-feira, num hotel em Madrid, um dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI. Michael James Pratt, de nacionalidade neozelandeza, foi condenado a prisão perpétua nos Estados Unidos por crimes de pornografia infantil, exploração sexual, agressão sexual e lucros ilícitos.

Segundo o comunicado das autoridades espanholas, citado pela imprensa, Pratt estava escondido num hotel no centro da capital espanhola sob uma das múltiplas identidades falsas. Era procurado há mais de um ano em território espanhol e é a primeira detenção de um dos criminosos procurados pelo FBI em Espanha. 

A procura internacional pelo neozelandês começou depois deste ter sido condenado a prisão perpétua. Com os crimes que cometeu, Pratt teve lucros ilícitos de mais de 17 milhões de euros. 

De acordo com o FBI, que oferecia uma recompensa de mais de 100 milhões de dólares, entre 2012 e 2019, Pratt e os cúmplices participaram num esquema para recrutar jovens e menores para "atos sexuais comerciais pela força, fraude e coerção". 

"Pratt e um cúmplice possuíam e operavam uma empresa de produção de pornografia e websites de pornografia online, "GirlsDoPorn" e "GirlsDoToys". Pratt e os cúmplices recrutaram jovens mulheres pelos Estados Unidos e Canadá, publicando falsos anúncios na Internet para trabalhos de modelo, que as vítimas descobriram mais tarde serem produções pornográficas. Pratt pagou também, alegadamente, a outras jovens mulheres que trabalhavam na sua direcção e na dos cúmplices para agirem como referências e darem falsas garantias às mulheres de que, se filmassem um vídeo pornográfico, o vídeo não seria colocado online. Algumas mulheres não foram autorizadas a abandonar os locais de filmagem até que os vídeos estivessem concluídos, outras foram obrigadas a realizar atos sexuais que se tinham recusado a realizar, e algumas mulheres foram agredidas sexualmente. Os sites pornográficos de Pratt geraram mais de 17 milhões de dólares em receitas", lê-se no alerta de captura de Pratt, emitido por um tribunal dos Estados Unidos a 6 de novembro de 2019.

De acordo com o Los Angeles Times, Pratt desapareceu em 2019, durante um julgamento civil no Tribunal Superior de San Diego, na Califórnia, no qual a sua empresa foi acusada de usar alegações falsas e enganosas para coagir mulheres jovens a realizar atos sexuais diante das câmaras em luxuosas suítes de hotéis em San Diego. Na altura da fuga, as autoridades alertaram que o neozelandês "tinha meios financeiros para estar em qualquer parte do mundo", que estava a receber apoio de várias pessoas e tinha ligações a numerosos países, incluindo a Austrália, Itália, Espanha, Portugal, Turquia, Japão, Singapura, Croácia, Chile e França.

A fuga de Michael James Pratt, o primeiro neozelandês a figurar na lista do FBI nos últimos 25 anos, acabaria, esta quarta-feira, em território espanhol, depois de três anos de fuga.

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