REVISTA DE IMPRENSA || 94% dos familiares inquiridos afirmam que a vida profissional dos polícias afeta negativamente o bem-estar familiar e social.
Quase 90% dos divórcios entre agentes da PSP e da GNR têm na profissão um fator decisivo, avança o Jornal de Notícias. O maior estudo realizado em Portugal sobre o impacto da carreira policial nas famílias, promovido pelo Sindicato Independente de Agentes de Polícia, revela que 94% dos familiares inquiridos afirmam que a vida profissional dos polícias afeta negativamente o bem-estar familiar e social.
Segundo o jornal, horários por turnos, salários baixos e longos períodos afastados do domicílio são as principais causas apontadas para o desgaste emocional e relacional. A maioria dos polícias começa a carreira longe de casa, com muitos colocados durante anos na área metropolitana de Lisboa, o que acentua o afastamento da família.
O estudo, que envolveu mais de quatro mil familiares, mostra ainda que 95% acreditam que os agentes estiveram pouco presentes na educação dos filhos, com impacto no rendimento escolar. Mais de metade relata mudanças negativas no comportamento dos polícias ao longo da carreira, com sinais de infelicidade, instabilidade emocional e stress.
A consequência direta é o afastamento: entre os familiares de polícias divorciados, 89% culpam a profissão pela separação.