Os 16 detidos têm idades entre os 26 e os 53 anos, e são suspeitos dos crimes de associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento
A Polícia Judiciária deteve 13 homens e três mulheres num esquema internacional de burlas em larga escala, cometidas através de diferentes métodos, nomeadamente com recurso às chamadas "cartas da Nigéria", em que as vítimas são aliciadas através de emails e das redes sociais para entregarem elevadas quantias de dinheiro em troca de falsas promessas de retorno com compensações avultadas, apurou a TVICNN Portugal.
Dos 16 detidos, 14 ficaram em prisão preventiva.
Esta operação, em articulação com a Europol, decorreu em Portugal, Espanha, Inglaterra e Estados Unidos em simultâneo. Há largas centenas de vítimas identificadas, no valor de vários milhões de euros. Os suspeitos estão espalhados por vários países - e em Portugal foram para já identificados 16, através dos endereços dos computadores (IPs).
No esquema mais conhecido, os burlões dizem-se herdeiros de enormes fortunas no estrangeiro, precisando, no entanto, de gastar milhares de euros para desbloquear questões burocráticas. Aliciam as vítimas a emprestarem esse dinheiro, prometendo depois compensá-las com parte da fortuna da herança.
Trata-se de um esquema antigo, neste caso desmantelado através de uma investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ.
Em Portugal, no âmbito de inquérito a correr termos no DIAP de Lisboa, foram realizadas 26 buscas, domiciliárias e não domiciliárias. Os 16 detidos têm idades entre os 26 e os 53 anos, e são suspeitos dos crimes de associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento.
"Das buscas resultou a apreensão de dezenas de milhares de cartas, etiquetas, impressoras e diverso equipamento informático utilizado na produção das cartas, além de telemóveis e numerário", acrescenta a PJ em comunicado.
