Entre os visados desta operação estão pessoas próximas de Albuquerque
A investigação da unidade de combate à corrupção da PJ, com dezenas de buscas a casas, empresas e organismos públicos no Funchal e na Calheta, visa não só benefícios e contrapartidas pessoais para os decisores políticos, entregues por empresários, mas também dinheiro destes últimos que se destina ao financiamento ilícito do PSD, partido que governa na Madeira sob o comando de Miguel Albuquerque. Dinheiro que não é documentado e que alimenta os chamados “sacos azuis” - pressupondo crimes como branqueamento de capitais e fraude fiscal, além de financiamento partidário.
De resto, a CNN Portugal sabe que entre os visados desta operação estão pessoas próximas de Albuquerque - como o seu adjunto no governo regional, Miguel Silva; o secretário geral do PSD na Madeira, José Prada; e o responsável financeiro do partido, Armando Abreu.
Os crimes sob investigação visam a gestão autárquica e dos organismos públicos na Madeira nos últimos quatro anos - e quanto ao financiamento ilícito do PSD estão por exemplo em causa despesas da campanha de Miguel Albuquerque para a presidência do governo regional da Madeira em 2023.
Os dois empresários sob suspeita de relações de promiscuidade e alegado favorecimento com o poder político na Madeira são José Humberto Drumond e Miguel Nóbrega, ambos visados na operação desta manhã.
Do lado do Estado, os alvos da PJ e do Ministério Público são Carlos Teles, presidente da câmara da Calheta; José Humberto Vasconcelos, que foi secretário regional da agricultura e pescas; António Santos, que dirigiu a agricultura da região; uma técnica superior também ligada à agricultura e ao desenvolvimento rural da Madeira; e um alto responsável do setor da saúde regional.