Sondagem TVI/CNN Portugal: Costa aumenta distância para Rio mas falha maioria absoluta, BE à frente do Chega

12 jan 2022, 20:08

Principais pontos:

 

  • PS é o partido mais votado, mas sem maioria absoluta
  • Aumenta a distância entre o PS e o PSD
  • BE e Chega disputal o terceiro lugar, mas Catarina Martins vai à frente
  • Chega quadruplica votos face às últimas Legislativas
  • CDU e IL empatadas
  • PAN supera CDS-PP
  • Partido de Francisco Rodrigues dos Santos é o menos popular

Costa disse que saía se perdesse as eleições mas vai vencê-las, diz a sondagem TVI/CNN. Se cumprir o que disse, fica a chefiar o Governo mas vai ter de negociar porque não terá a maioria que pede. Chega quadruplica votos mas fica abaixo do BE, a terceira força política. CDS-PP está no fim com o pior resultado de sempre

António Costa já pediu maioria absoluta, mas esta ainda está longe. A duas semanas das eleições, à porta do arranque da campanha eleitoral, os socialistas continuam à frente nas intenções de voto, mas sem margem para alcançar a almejada maioria absoluta, segundo o resultado de uma sondagem da Pitagórica para a TVI e CNN Portugal. Ou seja, no dia 30 pode ficar tudo na mesma.

No entanto, nem tudo são más notícias para os socialistas que, saindo vencedores nesta eleição, não vão conseguir governar sem coligações ou acordos. Segundo esta sondagem, o PS sobe nas intenções de voto face a dezembro, enquanto o PSD desce. A distância entre ambos passou de 5,3 pontos percentuais no último mês do ano para 9,6 pontos percentuais em janeiro. Assim sendo, se as eleições Legislativas fossem hoje, António Costa venceria com 39,6% e Rui Rio ocuparia a segunda posição, saindo derrotado com 30% dos votos.

A disputa pelo terceiro lugar no pódio político faz-se entre o Bloco de Esquerda e o Chega. Vence o braço de ferro Catarina Martins, ao obter 6,4% das intenções de voto. André Ventura recolhe 5,7% das intenções de voto nesta sondagem da Pitagórica. De sublinhar que entre dezembro e janeiro este barómetro regista uma subida de 1,5 pontos percentuais para a candidata do BE e uma ligeira descida de 0,6 pontos percentuais para o candidato da direita radical. Face aos resultados eleitorais de 2019, o Bloco segura o crachá de terceira força mais votada, mas com um resultado muito abaixo dos 9,5% de votos conquistados nessa eleição. Pelo contrário, o partido de André Ventura quadruplica o número de votos (mas falha o objetivo de terceira força política), já que nas últimas Legislativas não foi além de 1,29% dos votos conquistados em urna.

CDU e Iniciativa Liberal aparecem empatadas nesta sondagem, ambas com 5,1% das intenções de voto. Para a coligação eleitoral entre comunistas e verdes, este resultado demonstra uma quebra na votação (conseguiram 6,33% dos votos em 2019). E vamos ver o que acontece com Jerónimo de Sousa a falhar parte da campanha devido a uma cirurgia. No entanto, para os liberais esta sondagem multiplica por quatro os votos que tinham conseguido nas últimas eleições.

O PAN surge acima do CDS-PP, partido que, nesta sondagem, é o menos votado entre a atual representação parlamentar. Inês Sousa Real chega a 1,8% das intenções de voto (e, assim, derrapa face aos 3,32% conquistados em 2019) e Francisco Rodrigues dos Santos não vai além de 1,5% dos votantes – uma descida vertiginosa face aos 4,22% dos votos que o partido teve em 2019. Os populares, são os menos populares nesta sondagem.

Na resposta à pergunta se o primeiro-ministro António Costa deve ser reeleito ou substituído, 47% indica que deve ser reeleito e 44% preferem vê-lo substituído – e, neste cenário, 77% considera que deve ser o PSD a governar. Na dicotomia entre socialistas e social-democratas, independentemente das intenções de voto, 71% dos interrogados considera que se as eleições fossem hoje venceria o PS de António Costa. E apenas 15% considera que Rui Rio teria hipóteses de vencer.

No xadrez de uma eventual coligação ou acordo político, o eleitorado é claro em preferir que deve governar quem ganhar as eleições – ainda que sem maioria. É o que pensam 58% dos inquiridos, contra 38% que acha que deve governar quem tiver apoio maioritário.

Nesta sondagem, 68% acha que o Presidente da República deve dar posse ao novo governo, caso este consiga acordos parlamentares que o permitam governar. E, num cenário sem maioria absoluta, como parece que será o que vai acontecer, as opiniões são claras  sobre se deve António Costa ter ministros da CDU e do BE num governo por si liderado. 39% concorda com a presença de ministros comunistas ou dos verdes e 40% têm opinião favorável à existência de ministros bloquistas. Num cenário de um governo liderado por Rui Rio, 42% concorda com a presença de ministros da Iniciativa Liberal, mas apenas 17% aceita a existência de ministros do Chega num Executivo social-democrata – embora esta possibilidade não esteja sequer em cima da mesa para o líder do PSD.

Outros indicadores da Pitagórica são favoráveis ao PS. Por exemplo, António Costa apresenta uma maior firmeza de voto, reforçando este indicador com um ponto percentual face a dezembro. No sentido contrário, Rui Rio vê cair a firmeza de voto em três pontos percentuais e aumentar a rejeição num ponto percentual. No que se refere à rejeição de votos, tanto António Costa como Rui Rio apresenta o mesmo nível de rejeição, mas André Ventura é em janeiro o candidato com maior rejeição – uma subida de 21 pontos percentuais face a setembro de 2019.

 

FICHA TÉCNICA

 

UNIVERSO:

Foram inquiridos eleitores recenseados em Portugal, de amos os sexos e com 18 aos ou mais.

A PITAGÓRICA, Investigação e Estudos de Mercado S.A. utilizou neste estudo a recolha dos dados através de entrevista telefónica, suportado por um sistema CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing, com validação automática e em sistema Auto Dial.

RECOLHA DE INFORMAÇÃO:

Utilizou-se uma amostragem não probabilística cumprindo-se quotas por sexo, idade e distrito.

A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel” mantendo a proporção dos 3 principais operadores. Em menos de 200 entrevistas, foram utilizados contactos de rede fixa selecionados aleatoriamente, de forma a conseguir cumprir com as quotas previamente identificadas.

AMOSTRA:

A amostra obtida foi de 600 indivíduos, este valor traduz um grau de confiança de 95,5% com uma margem de erro +- 4,08%.

A recolha da informação foi da responsabilidade da Pitagórica.

A amostra foi recolhida entre os dias 30 de dezembro e 09 de janeiro de 2022.

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