Hackers mandam abaixo site da Câmara de Setúbal. Dizem tratar-se de uma "operação especial" contra a "Rússia e os seus aliados"

29 abr 2022, 21:07
Hacker redes

"Vamos perseguir o invasor e todos os seus aliados. Nada nem ninguém vos irá proteger no ciberespaço", ameaça o grupo de hackers

Um grupo de hackers que diz ser pró-Ucrânia atacou esta sexta-feira o website da Câmara Municipal de Setúbal, deixando a plataforma inoperacional durante várias horas, naquilo que foi classificado pelo grupo ativista como "uma operação especial" contra "a Rússia e os seus aliados", após a polémica em torno da receção de refugiados ucranianos na autarquia por funcionários russos ligados ao Kremlin. 

O ataque terá começado por volta das 16:30 e terá acabado por voltas das 20:00. Num documento enviado à CNN Portugal, o grupo de hackers diz que não aceita "a presença do invasor em autarquias que recebam refugiados".

"Às 16:30 paralisamos o website da autarquia comunista de Setúbal. Não aceitamos a presença do invasor em autarquias que recebam refugiados. O Mundo não quer e não precisa de invasores criminosos de guerra. Vamos perseguir o invasor e todos os seus aliados. Nada nem ninguém vos irá proteger no ciberespaço", pode ler-se no documento.

O coletivo de hacktivistas apelidou o ataque de "operação especial de ciberataques cirúrgicos à Rússia e seus aliados" e sublinha . 

"Um refugiado foge da guerra e procura a paz. Um refugiado procura sentir-se seguro. Um refugiado procura o carinho e acolhimento. Esta é a operação especial de ciberataques cirúrgicos à Rússia e seus aliados", afirma o grupo.

Recorde-se que, esta sexta-feira, foi noticiado que os refugiados ucranianos são recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin e que responsáveis pela Linha de Apoio aos Refugiados estão a fotocopiar documentos dos refugiados, entre os quais passaportes e certidões das crianças.

Pelo menos 160 refugiados ucranianos já terão sido recebidos por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense.

Já há duas semanas, a CNN Portugal revelou a teia de ligações a Putin de associações que estão a acolher refugiados ucranianos em Portugal.

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