Pinto da Costa suspeito de lavar milhões desviados do FC Porto em casas de luxo do chefe da claque

22 jan, 20:05

Fernando Madureira poderá ter sido um dos testas de ferro para esconder os fundos milionários

O Ministério Público acredita que Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, foi um dos testas de ferro a quem Pinto da Costa recorreu ao longo da última década para esconder a origem de fundos milionários desviados de forma ilícita da esfera do FC Porto. De resto, a CNN Portugal sabe que um relatório da Autoridade Tributária se refere ao ex-presidente do clube como o verdadeiro dono do património imobiliário do casal Fernando e Sandra Madureira. Em causa, branqueamento de capitais por exemplo na construção de uma luxuosa moradia com piscina na zona do Canidelo, Gaia, por parte do chefe da claque azul e branca. 

A investigação da operação Prolongamento, assente em meios de prova como longos períodos de escutas telefónicas a vários protagonistas do universo do FC Porto, aponta para um pacto secreto entre Pinto da Costa e Madureira, que se mantém até hoje: o chefe dos Super Dragões, atualmente em prisão preventiva à espera de julgamento por causa dos incidentes na assembleia geral do clube, nunca perdeu o apoio público do “amigo” Pinto da Costa, que o visitou na prisão. 

A CNN sabe que, no processo, há inclusive escutas entre o casal Madureira em que Sandra avisa o marido de que, para fazer face a pagamentos faseados ao empreiteiro de uma obra, é preciso pedir dinheiro ao verdadeiro dono da casa, depreendendo a equipa do inspetor Paulo Silva, da Autoridade Tributária de Braga, que se referiam a Pinto da Costa.

Madureira é um dos alegados testas de ferro citados no processo, mas há outros – como o empresário de futebol Pedro Pinho, titular de uma conta bancária no banco Carregosa cujo verdadeiro beneficiário seria Pinto da Costa, segundo a investigação. 

Por aquela conta terão passado parte de 40 milhões de euros alegadamente desviados da SAD do FC Porto referentes a comissões por transferências de jogadores e negócios de direitos de transmissão televisiva de jogos do clube. Dessa conta, como já foi noticiado, saiu dinheiro para a oferta de carros a mulheres com quem Pinto da Costa se relacionava e até para o pagamento a uma bruxa de Matosinhos que fazia previsões sobre futuros resultados da equipa do FC Porto. 

Pedro Pinho tornou-se próximo de Pinto da Costa por ser amigo e sócio do seu filho Alexandre – juntos fundaram a Energy Soccer, empresa de agenciamento de jogadores e comissionista de transferências.

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