Os piercings da infertilidade e os anéis do desequilíbrio emocional. Dois alertas surpreendentes

14 out, 22:18

Pedro Choy e o médico Gonzalo Andina põem em causa os artefactos decorativos que usamos todos os dias

Há quatro meses, a psicóloga Patrícia Ferreira entrou no consultório de Gonzalo Andina, no Porto, de brincos, colar, relógio de metal e piercing no ouvido. "Fui movida sobretudo pela curiosidade, sem imaginar o impacto que iria ter na minha vida", recorda ao jornal Nascer do SOL. O médico mostrou-lhe que tinha um pé mais rígido do que o outro. E que havia um desalinhamento entre ambos, na casa dos cinco centímetros. Convenceu-a a retirar todos esses artefactos de metal. Os estranhos sintomas desapareceram de imediato. A ansiedade e a falta de energia diminuíram até hoje.

"O mais impressionante é que esta melhoria não foi passageira: sinto-me mais equilibrada, com mais clareza e boa disposição", conclui a mulher que abandonou a prata, o ouro e quaisquer outros metais em contacto com o corpo. 

Gonzalo Andina é médico especialista em Pediatria e Cirurgia Infantil, pela Universidade de Buenos Aires, Urologia Pediátrica e Cirurgia de Alto Risco e Queimaduras pelas universidades francesas de Montpellier e Tours. Nos anos mais recentes da carreira, especializou-se em Terapia Neural, uma disciplina da Medicina Integrativa, que encara o corpo como uma rede bioelétrica, em que os nervos são os transmissores.

"Há um órgão elétrico que funciona no nosso corpo. Ora, se você introduzir qualquer tipo de metal, arame ou parafuso numa tomada, vai seguramente ocorrer um choque", expõe Gonzalo Andina, que trocou o bisturi por injeções de anestésicos diluídos, com o objetivo de regenerar o equilíbrio do ‘eletroma’ humano. 

Tirar o piercing para engravidar

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) concorda que um piercing no umbigo provoca uma estimulação permanente capaz de causar infertilidade e impedir a gravidez. Vários praticantes desta sabedoria antiga relataram ao Nascer do SOL casos de mulheres que só engravidaram depois de o abandonar.

"Quando uma pessoa se vem tratar de infertilidade, se tiver um piercing no umbigo, nós recomendamos que o retire", declara Pedro Choy, precursor da MTC em Portugal. Para além da infertilidade, a estimulação permanente do umbigo aumenta o risco de menstruações irregulares e outras complicações hormonais. Tanto os homens como as mulheres se arriscam a perturbações da líbido: na maioria dos casos, uma diminuição drástica do desejo sexual.  

Há estudos favoráveis a estas conclusões, mas sem a ´robustez´ necessária a estabelecer ‘evidências’ ou ‘verdades’ científicas no mundo ocidental. Isso implicaria reunir milhares de pessoas, dezenas ou centenas de investigadores, em centros de diversos países, assim como apertadas regras metodológicas. A experimentação clínica, nos dias de hoje, tem de ser ´cega´ e ´randomizada’: o grupo tratado é comparado com outro, que recebe um placebo. Tudo isto requer financiamentos elevados, incomportáveis se não derem origem a patentes industriais rentáveis, como os medicamentos de sucesso.

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