Pedro Sánchez diz que "não tinha conhecimento" das imagens de migrantes amontoados em Melilla quando elogiou a atuação das autoridades

29 jun 2022, 20:31

O primeiro-ministro espanhol defendeu a forma como as autoridades do seu país e de Marrocos repeliram os migrantes que tentaram entrar em Melilla no último fim de semana

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou esta quarta-feira que não tinha visto as imagens da tragédia em Melilla quando elogiou a atuação das autoridades de Espanha e Marrocos ao repelir os migrantes que tentaram entrar naquele enclave espanhol no fim de semana.

Pelo menos 37 migrantes morreram e dezenas ficaram feridos quando cerca de 2.000 pessoas tentaram cruzar a fronteira de Melilla com Marrocos. Imagens divulgadas por uma organização não-governamental mostram dezenas de corpos amontoados e forças de segurança a bater em migrantes deitados no chão, sem mostrar qualquer resistência. As imagens são de tal forma chocantes que a Organização das Nações Unidas (ONU) chegou mesmo a denunciar o uso de "força excessiva" pelas autoridades durante o incidente.

Após a divulgação das imagens, Sánchez reagiu elogiando a atuação das autoridades dos dois países e atribuindo a responsabilidade desta tragédia ao "tráfico de seres humanos articulado pelas máfias internacionais".

“Ponto um: temos de recordar que muitos destes migrantes atacaram as fronteiras de Espanha, neste caso a cidade autónoma de Melilla, com ganchos e machados. Ponto dois: 60 guardas guardas civis e outras forças de segurança espanholas ficaram feridos neste ataque", disse, na altura.

Esta quarta-feira, porém, em entrevista à rádio da cadeia SER, o primeiro-ministro espanhol esclareceu que só viu as imagens e soube do que realmente aconteceu depois de fazer estas declarações. "Não tinha conhecimento dessas imagens, de toda a informação, quando fiz essas declarações. É evidente que lamento a morte dos migrantes em Nador."

"Mas insisto: este é o último ato de uma tragédia que começa muito antes, meses antes, e que noutros países", acrescentou, depois de ser questionado pela jornalista sobre se ainda tinha a mesma opinião em relação à atuação das autoridades.

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