Pedro Nuno Santos lembrou que enquanto isto acontece “muitos portugueses sentem antes que a sua vida está a marcar passo, que não ata nem desata, no que diz respeito aos cuidados de saúde, ao futuro dos seus filhos ou em relação à necessidade de cuidar dos pais que são dependentes"
O secretário-geral do PS considerou esta quarta-feira que o primeiro-ministro está a disputar o discurso securitário com o Chega, contrapondo que Portugal é um país seguro e que importa olhar sobretudo para problemas sociais criados por políticas erradas.
Esta posição foi defendida por Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa, depois de questionado sobre o que espera da declaração pública de Luís Montenegro esta noite, após reunir-se em São Bento com as chefias das forças de segurança.
Pedro Nuno Santos recusou-se a antecipar o resultado dessa reunião e assumiu que o problema da segurança merece atenção e preocupação.
“Mas preocupa-nos também a forma como encaramos o fenómeno da segurança. Temos problemas reais que foram também criados por políticas erradas - políticas que foram seguidas muitas vezes com boas intenções. Em boa verdade, temos problemas de exclusão social para as quais importa encontrar respostas no sentido de promover uma maior coesão”, sustentou.
Na perspetiva do líder socialista, assiste-se a “um Governo e um primeiro-ministro muito preocupados em disputar espaço político com o Chega e em adotar um discurso securitário sobre a segurança”.
“Muitos portugueses sentem antes que a sua vida está a marcar passo, que não ata nem desata. Sentem uma grande insegurança, seja no que diz respeito aos cuidados de saúde, ao futuro dos seus filhos ou em relação à necessidade de cuidar dos pais que são dependentes. A dimensão da insegurança vai para lá da dimensão da segurança material - e sobre isso este Governo e este primeiro-ministro nada têm a dizer”, acusou.
Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos defendeu a tese de que “Portugal é um dos países mais seguros do mundo”.
“Portugal é um dos países mais seguros do mundo e isso é um motivo de orgulho para nós, mas é também um trabalho inacabado, como a própria democracia”, completou.