Admitindo que não vai “conseguir corrigir o orçamento todo”, Pedro Nuno Santos sublinhou que o “orçamento não é do PS”
O secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, disse hoje esperar que o primeiro-ministro esteja na próxima reunião com o PS sobre Orçamento do Estado por considerar “muito importante” que ambos os líderes “se comprometam com a negociação” do documento.
“Há uma disponibilidade do PS para negociar o orçamento, para tornar o orçamento um bocadinho melhor e para garantirmos que há estabilidade em Portugal e que nós não vamos já para eleições”, respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas no final de uma visita à Escola Básica e Secundária Ibn Mucana, em Cascais.
Questionado sobre se Luís Montenegro deve estar presente numa próxima reunião com o PS, o líder socialista disse esperar que isso aconteça por considerar “muito importante que os líderes políticos do PS e do Governo se comprometam também com a negociação”.
“Eu lembro que António Costa dava o pontapé de saída para as reuniões do orçamento com a reunião com os líderes políticos dos partidos que estavam disponíveis para viabilizar o orçamento. Esse trabalho deve ser feito pelo primeiro-ministro”, defendeu.
Admitindo que não vai “conseguir corrigir o orçamento todo”, Pedro Nuno Santos sublinhou que o “orçamento não é do PS”, mas sim do Governo PSD/CDS-PP, e que o seu partido não será responsável sequer “por metade do orçamento”.
“Já apresentamos as matérias que nós não aceitamos que sejam introduzidas no orçamento, nós agora temos que dizer aquilo que nós queremos introduzir no orçamento”, enfatizou.
O secretário-geral do PS insistiu que a “primeira parte” é garantir que “há políticas que são erradas que não constam no orçamento”, sendo o caso do regime do IRS Jovem e do IRC “com que o PS não concorda” e que já impôs como “condição muito importante” não estar no documento.
“E depois de nós termos isso garantido conseguirmos também apresentar as propostas que nós queremos introduzir”, disse, explicando que a reunião desta semana entre PS e Governo “foi importante” para os socialistas receberem informação que tinham pedido e que não tinham até àquela altura.