PCP diz criação da direção executiva do SNS vai instalar "a confusão"

Agência Lusa , MJC
23 set 2022, 17:36
O deputado do PCP, João Dias, na Assembleia da República (Miguel A. Lopes/Lusa)

O PCP tem “fundadas razões” para acreditar que esta organização, que vai entrar em funções em 1 de outubro, vai ser “mais um instrumento de agravamento da situação já difícil do acesso da população aos cuidados de saúde"

O PCP considera que vai instalar-se “a confusão” na atribuição de competências com a criação da direção executiva do SNS, que será “mais um instrumento de agravamento” da situação no acesso à saúde.

“Prevemos que com a criação da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde [SNS] se instale a confusão de competências atribuídas a outras estruturas, como é o caso da Administração Central do Sistema de Saúde”, sustentou o deputado comunista João Dias, num vídeo divulgado aos órgãos de comunicação social.

O PCP tem “fundadas razões” para acreditar que esta organização, que vai entrar em funções em 1 de outubro, vai ser “mais um instrumento de agravamento da situação já difícil do acesso da população aos cuidados de saúde”.

João Dias acrescentou que o partido tem “muitas reservas” em relação à criação da direção executiva, argumentando que “não vem resolver os problemas” existentes no SNS, nomeadamente a “necessidade de valorizar os seus profissionais, com carreiras e salários justos”.

“Preocupa-nos que enquanto as unidades de saúde e os nossos hospitais continuam a ser estrangulados pelo Ministério das Finanças, que não lhes dá autonomia suficiente para contratar os profissionais e fazer os investimentos necessários, esta Direção Executiva tem toda a autonomia para contratar com os privados os cuidados que deveriam ser prestados dentro do SNS”, completou o membro do Comité Central do PCP.

O médico Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João desde abril de 2019, vai ser o diretor-executivo do SNS, anunciou hoje o ministro da Saúde. A escolha de Fernando Araújo foi oficialmente confirmada por Manuel Pizarro em conferência de imprensa, em Lisboa, depois do nome do médico ter sido amplamente apontado como titular do cargo.

A direção executiva do SNS vai coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.

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