opinião

Global: a nova variante à lupa e Portugal "finalmente" a acelerar nas doses de reforço

28 nov 2021, 23:20

Paulo Portas analisou a atual situação da covid-19 em Portugal e no mundo, passando pelo agudizar da situação, nomeadamente com o surgimento da nova variante, a Omicron

Portugal vai voltar a apertar as restrições a 1 de dezembro. Perante o aumento de casos de covid-19, e na semana em que o país voltou a ultrapassar a barreira dos três mil casos diários, o Governo anunciou um conjunto de medidas, nomeadamente o regresso dos testes e do certificado digital para aceder a alguns espaços.

Na rubrica Global, do Jornal das 8 da TVI (canal do mesmo grupo da CNN Portugal), Paulo Portas analisou a situação pandémica na Europa, olhando para um continente em que vários países vão batendo os seus recordes diários de casos, como foi o caso da Alemanha, que registou mais de 70 mil infeções num só dia.

Nessa comparação, e apesar do piorar da situação em Portugal, o comentador destaca que o crescimento é muito menor quando comparado com o ritmo europeu.

"Apesar de nós termos subido bastante em termos de caso, a Europa ainda subiu mais. Nós piorámos, mas a Europa piorou mais", afirmou, referindo-se ao gráfico abaixo.

É neste cenário que Portugal avança para uma aceleração da administração das doses de reforço, depois de algumas semanas com dificuldades no processo: "Finalmente acelerámos, perdemos cinco a seis semanas de eficácia", lembra Paulo Portas.

No entender o do comentador, houve um erro: pensar que o pior tinha passado e um grande foco na gripe.

"Acho que as autoridades ganharam consciência do buraco onde se estavam a meter", referiu.

A nova variante e o reviver dos tempos

Esta sexta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou uma nova variante da covid-19. Trata-se da décima quinta letra do alfabeto grego, a Omicron. Esta é mais uma das mutações do vírus surgido na China em 2019, e começa a preocupar as autoridades de todo o mundo.

Paulo Portas lembra que este é apenas mais um episódio relativo a variantes: "Só na OMS e na Agência Europeia do Medicamento estão registadas 41 variantes com significado".

Dessas, atualmente quatro são consideradas de "preocupação", o que leva o comentador a lembrar que isso pode não ser um bom sinal, acrescentando que os casos das variantes Alpha e Delta foram particularmente preocupantes, com esta última a ser responsável por quase todos os casos de covid-19 verificados em Portugal.

Uma das grandes preocupações das autoridades está relacionada com um possível aumento da transmissibilidade, até porque já foram identificadas 32 mutações dentro da Omicron.

Reforçando que estamos "no início do conhecimento" sobre esta variante, Paulo Portas lembra que os cientistas pediram mais tempo para analisar a situação.

Ainda assim, os primeiros indícios apontam que a Omicron tem um índice de contágios semelhante ao da Alpha e ao da Delta, "duas variantes que mudaram as coisas para pior", lembra Paulo Portas.

"O número de mutações é quatro vezes superior ao da Delta. Isso não quer dizer que venha a ter resultado no efeito das vacinas, mas é um dado com significado", apontou o comentador, que fala numa progressão "mais vertical" na transmissibilidade, sendo que na África do Sul a nova variante fez subir em 258% os contágios.

A nova variante já foi detetada em vários países, entre os quais, África do Sul, Israel, Austrália, Canadá, Hong Kong, Alemanha e Reino Unido.

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