Paulo Mota Pinto sugeriu voltar a apresentar propostas de alteração à lei eleitoral e revisão constitucional. Deputados próximos de Luís Montenegro contestam "momento político"
O líder da bancada do PSD enviou aos deputados um e-mail a propôr a discussão dos projetos que o partido já apresentou no passado. São propostas de alteração à lei eleitoral e de revisão constitucional, apresentadas o ano passado pela direção de Rui Rio, e que Paulo Mota Pinto propõe discutir na reunião da bancada agendada para esta quarta-feira.
Nesse e-mail, o presidente do grupo parlamentar refere os protestos ouvidos na última reunião da bancada por parte de deputados que consideram que o PSD está a ser "ultrapassado por iniciativas nesta área de outras forças políticas", numa alusão à Iniciativa Liberal que já deu entrada com uma iniciativa legislativa nesta sessão parlamentar para rever a lei eleitoral.
Mas houve reações contrárias por parte de deputados próximos de Luís Montenegro, candidato às eleições internas do partido, marcadas para 28 de maio. Miguel Santos, deputado pelo Porto, foi um dos mais críticos, numa resposta enviada a todo o grupo parlamentar, a que a CNN Portugal teve acesso.
O social-democrata começa por escrever que "nem queria crer no que nos vem proposto, agora, neste momento político", confessando que "teria preferido não receber este mail".
A contestação prende-se com o facto de o PSD estar em pleno processo eleitoral, faltando menos de um mês para a escolha da nova liderança: "a atual direção política do partido, tacitamente demissionária, está a 1 mês de ser substituída", escreve Miguel Santos, que considera não ser "o tempo adequado e oportuno para assumir publicamente estes 2 projetos de grande importância, não só para o grupo parlamentar, mas sobretudo e essencialmente, para o PSD."
Fontes parlamentares adiantam que outros deputados, como Andreia Neto, também eleita pelo Porto e igualmente próxima de Luís Montenegro já secundaram esta posição.
Também o líder da JSD, Alexandre Poço contestou o timing desta discussão, a semanas da eleição da nova liderança e a meio do processo orçamental.
