Direcção-Geral da Saúde emitiu recomendações aos profissionais de saúde. Devem estar atentos às grávidas que se relacionam com crianças em família ou no trabalho
Começou nos países nórdicos, mas já chegou a Portugal, um surto de Parvovírus, o agente provocador da chamada “doença da bofetada”. Tem um nome parvo na língua portuguesa, mas é mais justo chamar-lhe cobarde. Provoca a morte aos fetos mais indefesos, nas primeiras 20 semanas de gestação. Nas contas da Direção-Geral da Saúde (DGS), esse terrível desfecho verifica-se em 13% dos casos em que a mãe é contaminada.
O vírus é quase inofensivo para a maioria dos adultos. As crianças resistem-lhe muitas vezes sem sintomas. Muitas vezes, a sua marca só aparece na fase final do ciclo da doença: “uma erupção maculopapular ou mancha-macia, nas bochechas”, como explica o manual MSD. Em linguagem comum, parecem os dedos de um adulto marcados na cara da criança, daí a expressão “doença da bofetada”.
A DGS avisa os profissionais de saúde de que 30 a 40% das mulheres grávidas “podem ser suscetíveis a esta infeção”. Daí ser necessário serem vigiadas de perto, em especial quando se relacionam com crianças, em família ou no trabalho.
Os médicos devem “incentivar as grávidas à adoção de medidas de precaução”. Evitar esses contatos, na medida do possível, e apertar ao máximo as medidas de higiene das mãos, dos talheres e de outros utensílios domésticos, como os lenços de papel.
Já os serviços devem passar a fazer um rastreio dirigido “às mulheres grávidas que trabalham nas áreas da saúde, da educação e dos cuidados infantis, a quem deve ser efetuado o estudo de imunoglobulinas para parvovírus B19”.
Também os pediatras e outros médicos que façam um diagnóstico de infeção por Parvovírus devem, de imediato, investigar se essas crianças se cruzaram com grávidas. Se a resposta for positiva, as mulheres em causa devem ser encaminhadas para uma consulta obstétrica ou especializada dos cuidados primários, para despistar uma possível contaminação.
