Hospital indemniza pais devido a parto que causou deficiência permanente em bebé

25 jan 2023, 08:07
Recém-nascido (GettyImages)

REVISTA DE IMPRENSA. Bebé nascido no Hospital de S. Sebastião, na Feira, sofreu paralisia cerebral e ficou com incapacidade de 80%. Hospital, médicas e seguradora vão pagar indemnização de 150 mil euros

O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), duas médicas obstetras e uma seguradora vão pagar uma indemnização de 150 mil euros a uma família como compensação por más práticas num parto, que resultaram em paralisia cerebral para a recém-nascida. A notícia é avançada na edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias, que refere que a entidade e a família chegaram a acordo durante o jugalmento.

O caso remonta a 2014, quando Maria do Céu, na altura com 31 anos, deu entrada no Hospital de S.Sebastião, grávida da primeira filha. De acordo com o jornal, o parto teve início passado dois dias - numa primeira fase com recurso a fórceps (por quatro vezes), sem resultados, e depois com recurso a ventosas (por três vezes), novamente sem sucesso.

A bebé acabou por nascer de cesariana, qualificada como emergente, mas foi necessário proceder a manobras de reanimação da recém-nascida, que foi transportada para a unidade de cuidados intensivos neonatais, onde foi entubada. Entretanto, os médicos daquele hospital decidiram encaminhar a bebé para o Hospital de S.João, no Porto.

O que é certo é que desde então a criança não reage a estímulos nem fala, ficando inclusive obrigada a usar uma cadeira de rodas. Segundo o Jornal de Notícias, uma junta médica atribuiu-lhe uma incapacidade de 80%. Apesar de a família considerar que esta incapacidade resultou de problemas relacionados com o atraso no parto, nenhum dos responsáveis do hospital assumiu a responsabilidade, tendo a família decidido avançar com o caso na Justiça.

Depois de o Conselho de Disciplina da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos ter arquivado o processo por considerar que não havia responsabilidade médica, o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses corroborou as alegações da família. O instituto concluiu que "não estavam reunidas as condições de aplicabilidade de fórceps e da ventosa" e que a decisão de fazer cesariana deveria ter sido tomada logo de início.

O CHEDV, as médicas obstetras e a seguradora acabaram por aceitar pagar cerca de 150 mil euros à família, de Santa Maria da Feira, e o Tribunal Administrativo de Aveiro encerrou o caso.

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