Direita conquistou maioria absoluta na região, um resultado inédito na história da democracia em Espanha
O Partido Popular (direita) ganhou com maioria absoluta as eleições deste domingo na região espanhola da Andaluzia, o que acontece pela primeira vez na história da democracia em Espanha, segundo dados oficiais ainda provisórios.
Segundo os dados oficiais, quando estão contados 90% dos votos, o PP tem 42,91%, o que lhe dá, neste momento do escrutínio, 57 dos 109 deputados do parlamento andaluz, mais dois do que os necessários para a maioria absoluta.
Os socialistas do PSOE passam a segunda força mais votada na Andaluzia e têm o pior resultado de sempre na região mais populosa de Espanha, com 24,33% dos votos e 31 deputados.
O PP mais do que duplica os 26 deputados que teve em 2018, nas anteriores eleições, e o PSOE perde dois em relação há quatro anos, quando foi o partido mais votado, mas perdeu o governo regional da Andaluzia pela primeira vez em 37 anos, na sequência de uma coligação do PP com os Cidadãos (liberais de direita) e o apoio parlamentar da extrema-direita do VOX.
O Partido Popular fica assim sem depender do VOX para governar, pondo fim a uma possibilidade que dominou o debate durante a campanha eleitoral.
O VOX, que em 2018 conseguiu o primeiro resultado expressivo numas eleições em Espanha, consegue agora 14 deputados, mais dois do que há quatro anos, mas fica aquém do seu objetivo, o de entrar no Governo regional em coligação com o PP, como aconteceu em Castela e Leão em fevereiro passado.
Os resultados provisórios confirmam também o desaparecimento do Cidadãos do parlamento da Andaluzia, depois dos 21 deputados conseguidos em 2018 que levaram o partido ao Governo.
Após uma sequência de derrotas eleitorais, o Cidadãos perde na Andaluzia o seu último bastião.
Outras duas candidaturas de esquerda conseguiram eleger deputados, Pela Andaluzia (cinco assentos no parlamento) e Em Frente Andaluzia (dois deputados), menos do que os 17 que conseguiram em 2018, quando foram a eleições numa única lista, antes de uma cisão.
As eleições andaluzas são as primeiras do líder nacional do PP, Alberto Nuñez Feijóo, que espera ver aqui o início de um novo ciclo para o partido, sendo a meta as eleições para o Governo espanhol previstas para o final de 2023.
Estas são as segundas eleições regionais espanholas deste ano e as segundas que ganha o PP, depois da vitória em Castela e Leão, em fevereiro, embora sem maioria absoluta, a que se seguiu uma coligação de governo com o Vox, que se traduziu na entrada, pela primeira vez, da extrema-direita num executivo.
Para o PSOE, liderado por Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol, além de ser o pior resultado de sempre numa região tradicionalmente socialista, esta é a terceira derrota consecutiva em eleições regionais, depois de Madrid, em 2021, e Castela e Leão, este ano.