Chega insiste na eleição de vice-presidente da AR e propõe deputado Jorge Galveias

Agência Lusa , MM
2 mar 2023, 18:13
O deputado do Chega, André Ventura,  no debate da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP (Lusa/ Tiago Petinga)

André Ventura considera uma “situação absolutamente anormal, caricata e indesejada a não existência de um terceiro vice-presidente da Assembleia da República”

O Chega anunciou esta quinta-feira que pediu a marcação de nova eleição para a vice-presidência da Assembleia da República e vai candidatar o deputado Jorge Galveias, o quarto nome apresentado pelo partido.

“O Chega vai propor para indicar já na próxima conferencia de líderes uma data de eleição para um novo vice-presidente e vamos indicar o deputado Jorge Galveias como candidato a vice-presidente da Assembleia da República”, anunciou André Ventura.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder do Chega classificou como uma “situação absolutamente anormal, caricata e indesejada a não existência de um terceiro vice-presidente da Assembleia da República”.

André Ventura disse que "no final do ano passado", o presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, fez um "repto de haver um preenchimento dos lugares da vice-presidência, até pelo excesso de trabalho na liderança da Assembleia da República".

"É a esse repto que queremos responder", afirmou.

O presidente do Chega espera que o seu quarto candidato conte com o apoio de PSD e Iniciativa Liberal e apelou ao PS que se abstenha.

“Se foi o próprio Augusto Santos Silva que disse que era importante que a direção do parlamento se compusesse, o que esperamos é que pelo menos o PS possa abster-se para deixar passar o candidato do terceiro partido mais votado”, disse, apelando a que o parlamento dê “um sinal de estabilização das relações políticas, mas também de normalização do seu funcionamento”.

Ventura pediu “bom senso” aos partidos e disse esperar que Jorge Galveias tenha uma melhor votação do que os candidatos que o partido apresentou anteriormente, mas referiu ainda não ter feito contactos com as outras forças partidárias.

“O Chega tem apresentado perfis muito diferentes”, salientou, defendendo que “se este nome chumbar, é sinal de que o parlamento não quer é ter um vice-presidente do Chega”.

Se voltar a não conseguir eleger um vice-presidente, o Chega vai “continuar a insistir nesta questão”, indicou o líder, considerando que deriva “da Constituição que a Assembleia da República deve ter quatro vice-presidentes representantes dos quatro maiores partidos”.

A Constituição da República Portuguesa estabelece que os quatro vice-presidentes do parlamento são “eleitos sob proposta dos quatro maiores grupos parlamentares”.

O Chega já apresentou três candidatos à vice-presidência da Mesa da Assembleia da República - Diogo Pacheco de Amorim, Gabriel Mithá Ribeiro e Rui Paulo Sousa – tendo sido todos rejeitados.

Da última vez, em setembro, o deputado Rui Paulo Sousa obteve 64 votos favoráveis, quando precisava de 116 votos para ser eleito.

Na altura, André Ventura acusou o PS de promover um "verdadeiro boicote" à eleição de um deputado do Chega à vice-presidência do parlamento.

Em reposta, o líder parlamentar do PS afirmou que os "120 deputados desta bancada votaram de forma livre e democrática", recusando a acusação de boicote.

"Entre nós e a extrema-direita anti-democrática há uma linha vermelha que eu, que nós, que 120 deputados, não irão jamais trespassar. Connosco não passarão", disse Eurico Brilhante Dias.

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